José SIQUEIRA

José Siqueira nasceu na cidade de Conceição do Piancó, na Paraíba, em 1907. Sua formação musical inicial se deu através de seu pai, mestre da Banda de Música do Cordão Encarnado. Como trompetista atuou em bandas de música nas cidades de Cajazeiras e Patos. Ainda na Paraíba, fundou e dirigiu a Banda de Música da Vila de Bonito de Santa Fé e serviu ao Exército como músico da Banda do 22º Batalhão de Caçadores. Em 1927, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde ingressou por concurso na Banda de Música da Escola Militar de Realengo e, no ano seguinte, como aluno no Instituto Nacional de Música, onde estudou composição e regência com Francisco Braga, Paulo Silva e Walter Burle-Marx. Na mesma instituição, que é hoje a Escola de Música da UFRJ, foi nomeado professor catedrático. Na Sorbonne, em Paris, estudou musicologia e regência, na década de 1950.

Durante sua juventude atuou em várias bandas de música. Em 1927, se transferiu para o Rio de Janeiro, ingressando no ano seguinte no Instituto Nacional de Música, onde estudou composição e regência com Francisco Braga, Paulo Silva e Walter Burle-Marx. Na mesma instituição, que é hoje a Escola de Música da UFRJ, foi nomeado professor catedrático. Estudou musicologia na Sorbonne, em Paris.

Foi um dos fundadores da Orquestra Sinfônica Brasileira (1940), da Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC (1961) e da Orquestra de Câmara do Brasil (1967). Regeu várias orquestras na França, Bélgica, Holanda, Itália, Portugal, Canadá e na antiga União Soviética – URSS . Nos Estados Unidos dirigiu as sinfônicas da Filadélfia, de Detroit e de Rochester. Siqueira participou também da criação de várias entidades culturais e de classe, como a Ordem dos Músicos do Brasil (1960), da qual foi presidente.

E foi um dos principais representantes do nacionalismo musical brasileiro. Abordou a cultura indígena em obras como os *Quatro poemas* (1944), *O canto do Tabajara* (1946), *Cobra Norato* (1976) e a *Sinfonia nº 5* “Indígena” (1977). Os folguedos e tradições folclóricas geraram obras como os bailados *Uma festa na roça* (1943), *O carnaval do Recife* (1947) e *O carnaval carioca* (1965), o episódio sinfônico *Cenas do Nordeste brasileiro* (1944), o oratório *Festas natalinas do Nordeste* (1974) e a série de *Danças brasileiras*. A temática afro-brasileira se expressa em *Senzala* (1941), *Festança de negros* (1972), *Sinfonia nº 6 *“Negra” (1978), as cantatas *Xangô* (1954) e *Encantamento da magia negra* (1957) e os oratórios *Candomblé** I *e *II* (1957 e 1970). Na música orquestral podem ser mencionadas ainda as *Brasilianas*, os *Concertinos* para instrumentos solistas e concertos para piano, para violino e para violoncelo. Escreveu ainda as óperas *A compadecida *(1959) e *Gimba* (1963). José Siqueira faleceu em 22 de abril de 1985.

A *Elegia* para violoncelo e orquestra de cordas foi composta em 1934, pouco tempo após Siqueira concluir o curso de composição no Instituto Nacional de Música. Trata-se de obra ainda vinculada à estética romântica, distante, portanto, do nacionalismo musical que caracterizaria sua produção em obras posteriores. É uma peça breve, de expressão lírica e caráter sentimental, na qual a melodia do violoncelo solista é apoiada na primeira parte por um acompanhamento discreto das cordas em acordes. A segunda parte cria o necessário contraste pelo andamento mais fluente e o acompanhamento movido. Na recapitulação, o primeiro violino se destaca, em diálogo com o violoncelo solista. A *Elegia* de José Siqueira foi estreada, em 25 de julho de 1934, no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ, em concerto exclusivamente dedicado às obras do compositor, com Newton Pádua como solista da Orquestra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, sob a regência de José Siqueira.