Compositor, pianista, organista, professor e crítico, Silvio Deolindo Fróes nasceu em Salvador, na Bahia, em 26 de outubro de 1864 e faleceu na mesma cidade, em 3 de dezembro de 1948. Sua mãe, pianista e cantora lírica, foi quem o iniciou na música. Em 1882, mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Politécnica, mas optou por continuar na área musical, tendo como orientador o compositor Miguel Cardoso. Em 1888, seguiu para Paris, onde estudou composição e órgão com Charles-Marie Widor. Na Alemanha, foi aluno de E. Welt, em Leipzig, e de Felix Mottl, em Karlsruhe. Ao retornar ao país, fixou-se em Salvador, passando a dar aulas de piano, órgão, teoria, composição e harmonia. Foi também professor do quadro do magistério público. Ocupou a direção do Conservatório de Música, ligado à Escola de Belas Artes, em 1898. Fundou e dirigiu, mais tarde, o Instituto de Música. Publicou artigos em jornais e revistas do país e do exterior, especialmente na Revista Artística de São Paulo, entre 1900 e 1901.
Em sua produção composicional constam canções, obras para piano solo e música de câmara, com destaque para Deux Romances op. 4 (1893), a Sonata para violino e piano (1896) e o Septeto para cordas e sopros op.7 (1897). No terreno orquestral, as obras de maior vulto são a Sinfonia em Si bemol (1909), a Suite Ancienne (1905) e A lenda de Dona Sancha (1916) para coro e orquestra, além de duas óperas inacabadas. Apesar de ter presenciado o advento do modernismo musical brasileiro, a maior parte da produção de Fróes não revela preocupações nacionais, sendo devedora da tradição francesa até mesmo no título dos movimentos, inclusive na Danse Nègre, terceiro número de Paysages tropicaux op. 19.
Na produção orquestral de Fróes não foram identificadas peças cujas características sejam compatíveis com os objetivos pedagógicos do Sinos. Foram selecionados, então, dois números de Paisagens tropicais op. 17 para serem transcritos para orquestra de cordas, num trabalho realizado por Mateus Araujo. Na transcrição, as duas peças do op. 17 foram transpostas para tonalidades mais adequadas aos instrumentos de cordas e ao domínio de armaduras com menor quantidade de alterações por parte dos jovens instrumentistas.
Queixas da velha árvore (nº 4) foi dedicada “a Mademoiselle Maria Boaventura”, uma aluna de Fróes, e teve sua estreia em 1916, no Salão Nobre do Ginásio da Bahia, pelo pianista Manoel Augusto dos Santos. Domingo na aldeia (nº 7) é um fragmento da ópera Evangelina e foi dedicada “a Mademoiselle Celina de Vasconcellos”, com a primeira audição realizada em 1914 no Salão do Jornal do Commércio, no Rio de Janeiro. O título geral das séries, assim como dos diferentes números que as integram, não deixam de sugerir elementos extramusicais em suas concepções.