Wellington Gomes nasceu em 2 de agosto de 1960 na cidade de Feira de Santana, na Bahia. Estudou composição e regência na UFBA, onde participou do Grupo de Compositores da Bahia. Como violista integrou a Orquestra Sinfônica da Bahia. Atualmente é professor de Composição, Orquestração, Arranjo, Literatura e Estruturação Musical, atuando na Graduação e no Programa de Pós-graduação (Mestrado e Doutorado) da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia. Como pesquisador tem participado de vários eventos científicos no campo da Composição Musical. Recebeu inúmeros prêmios como compositor, como o 1º Prêmio na XIV Apresentação de Compositores da Bahia (1981), 1º Prêmio no I Concurso Nordestino de Composições Camerísticas (1984), 3º Prêmio no III Concurso Nacional de Composição Heitor Villa-Lobos (Brasília, 1987), “Prêmio Público” na XVIII Apresentação de Compositores da Bahia (1987), 1º Prêmio no IV Concurso Nacional de Composição (Salvador, 1989), 2º Prêmio no V Concurso Nacional de Composição (Salvador, 1991), Prêmio Copene de Cultura e Arte (Salvador, 1996), Prêmio Internacional de Composição “Klang der Welt – Drei lateinamerikanische Länder“ (Berlim, 2008), os prêmios Funarte de Música Clássica nas edições de 2010, 2012, 2014 e 2016. Suas obras têm sido executadas por diversas orquestras e conjuntos aqui no Brasil e também Alemanha, Polônia, Noruega, Dinamarca, França, Espanha, Itália, Suíça, Costa Rica, Qatar, Rússia e Estados Unidos. Em sua produção orquestral se destacam obras como *Embriões metálicos* (1991), Fantasia para violoncelo e orquestra de câmara (1992). *Fantasia* para piano e orquestra (1992), *Abertura Baiana* (1994), *Lúmen* para flauta, clarineta e cordas (1996), *Alabalaxé* (1997), *Retalhos* (2004), *Revoada de Memórias* (2001), *Geometrias flutuantes* (2010), *Variações poéticas sobre um sertão esquecido* para violino e cordas (2014), *Concerto* para clarineta (2017), *Lampejos nostálgicos* para oboé e cordas (2017) e *Estilhaços dançantes* (2017).
*Três traços* é resultante de uma encomenda feita pelo Sinos. Seguindo os parâmetros de nivelamento técnico, o compositor produziu uma obra em três movimentos contínuos, sem interrupções, baseada na técnica da variação. O próprio compositor nos fala sobre a peça: “No ‘Prelúdio’ há uma apresentação do tema baseada numa estética musical mais universal, que se transforma nas partes subsequentes em estéticas musicais bem comuns à nossa cultura musical brasileira; um baião e um choro. Denominei a segunda parte de ‘Baião Aloprado’, pelo fato de não ser um baião convencional, ora linear, ora fragmentado. E a terceira parte foi denominada ‘Choro Reprimido’ pelo fato de a estrutura melódica de choro ser interrompida, com frequência, por uma rítmica marcada e repetitiva. Na tentativa de estimular os jovens músicos tanto no uso desses gêneros quanto na maneira não convencional que eles são expostos, inseri ainda estruturas harmônicas não funcionais a um tonalismo que domina toda obra, tudo isso dentro de limitações técnicas inerentes a uma orquestra jovem”.