O maestro João Paulo Carneiro Pinto nasceu no município de Goiana, na região metropolitana do Recife (PE) em 26 de junho de 1854. Já na capital de Pernambuco estudou música na Escola Santa Cecília. Ao se mudar para o Rio de Janeiro ingressou no Conservatório de Música, onde estudou violino, violoncelo e composição. Em 1890 recebeu um convite de um rico cafeicultor e barão, Honório de Araújo Maia, para lecionar música para seus filhos na cidade de Petrópolis; foi lá enfim que Paulo Carneiro fixou morada e ofício, atendendo também outras famílias da cidade. Queria estender o ensino musical a um número maior de crianças, especialmente aquelas sem condições de arcar com aulas particulares, com essa intenção fundou a também Escola Santa Cecília, instalada em Petrópolis oficialmente em 16 de fevereiro de 1893 nas dependências do Hotel Bragança, onde residia o maestro. Em benefício da escola e do ensino gratuito, Paulo Carneiro organizava uma série de “matinées-concertantes” no Cassino Petropolitano, cuja renda era destinada para a instituição. O que acabou lhe garantindo uma sede própria, no mesmo local onde hoje se aloja, no prédio inaugurado em 1955 por Reynaldo Chaves, avô do compositor Ernani Aguiar. Com a participação dos alunos e dos professores da escola, Paulo Carneiro organizava coros e orquestras que participavam de inúmeras solenidades e eventos em Petrópolis, dirigiu a Escola Santa Cecília até o seu falecimento, ocorrido em 10 de setembro de 1923. Um dos últimos concertos que dirigiu aconteceu em 7 de setembro de 1922, nos jardins do Palácio de Cristal, em comemoração ao centenário da Independência.
As obras de Paulo Carneiro são pouco conhecidas, limitadas que ficaram ao círculo de colaboradores mais próximos e ao ambiente da Escola de Música Santa Cecília, na cidade de Petrópolis. Algumas partituras para orquestra de cordas, como *Pingentes Diamantinos*, *Zéfiro* e *Favônio* datam de 1881, quando ainda residia no Rio de Janeiro. Para integrar o Repertório Sinos foi selecionado *Favônio*, um minueto cujo título remete ao deus que na mitologia romana personificava o vento brando que sopra do Oeste. A cópia manuscrita que serviu de base para esta edição foi produzida em 1944 e nos foi cedida pelo maestro Ernani Aguiar.