Haydn, Mozart, Husa e Holst em concerto na UFRJ

No terceiro concerto de sua cen­té­sima tem­po­rada, a Or­questra Sinfô­nica da UFRJ re­torna ao for­mato de câ­mara para apre­sentar obras dos sé­culos XVIII e XX. Na pri­meira parte constam obras de dois dos mai­ores ex­po­entes do Clas­si­cismo Mu­sical, Jo­seph Haydn e Wolf­gang Ama­deus Mo­zart. O ter­ceiro con­certo será em 16 de abril, às 18h, no Salão Le­o­poldo Mi­guez, da Es­cola de Mú­sica da UFRJ. A en­trada é gra­tuita.

Haydn foi al­cu­nhado como o “pai da sin­fonia”. Apesar de ter sido con­so­li­dada por com­po­si­tores da ge­ração an­te­rior, foi com Haydn que a forma se tornou a mais re­pre­sen­ta­tiva ma­ni­fes­tação da mú­sica or­ques­tral. No ca­tá­logo de obras de Haydn constam nada menos do que 104 sin­fo­nias, com­postas ao longo de uma pro­du­tiva car­reira como em­pre­gado em di­fe­rentes cortes aus­tríacas ou, já na fase final de sua vida, como mú­sico in­de­pen­dente, a partir de en­co­mendas vindas de ci­dades como Paris e Lon­dres. A Sin­fonia nº12 foi com­posta em 1763, no se­gundo ano a ser­viço do Prín­cipe Ni­ko­laus Es­terházy, na ci­dade de Ei­sens­tadt. O pe­queno efe­tivo ins­tru­mental, com oboés e trompas a dois e mais um fa­gote, além das cordas, e o for­mato em três mo­vi­mentos re­velam uma obra com­posta para os es­paços li­mi­tados dos sa­lões, na qual o com­po­sitor ainda se­guia os mo­delos de seus an­te­ces­sores vi­e­nenses.

Se Haydn se des­taca na forma sin­fonia, Mo­zart foi quem elevou a forma de con­certo a um novo pa­tamar de im­por­tância na his­tória da mú­sica, em es­pe­cial na­queles para piano. Es­crever con­certos vi­sando um so­lista es­pe­cí­fico ou mesmo para de­dicar a um amigo é há­bito an­tigo, até hoje pra­ti­cado. Não foi di­fe­rente nos con­certos para trompa de Mo­zart, de­di­cados ao trom­pista Jo­seph Leutgeb (1732-1811). A pe­cu­li­a­ri­dade do Con­certo para trompa nº3 em Mi bemol maior K447 está na ins­tru­men­tação, para a qual Mo­zart optou por um par de cla­ri­netas ao invés dos tra­di­ci­o­nais oboés pre­vistos nos de­mais con­certos que es­creveu para o ins­tru­mento.

A se­gunda parte do con­certo é de­di­cada à mú­sica do sé­culo XX, com com­po­si­tores de dois pe­ríodos dis­tintos. Karel Husa foi um dos mais im­por­tantes com­po­si­tores tchecos. Nas­cido em 1921, es­tudou no Con­ser­va­tório de Praga, pros­se­guindo os es­tudos em Paris com Arthur Ho­negger e Nadia Bou­langer. Em 1954, Husa imi­grou para os Es­tados Unidos, onde se tornou pro­fessor da Uni­ver­si­dade de Cor­nell, ga­nhando a ci­da­dania ame­ri­cana em 1959. Sua obra mais co­nhe­cida é Music for Prague 1968, com­posta em me­mória das ví­timas da in­vasão da Tche­cos­lo­vá­quia pelas tropas da União So­vié­tica. Suas Quatro Peças foram com­postas em 1955 e ex­ploram com ge­ne­ro­si­dade todos os naipes da or­questra de cordas, al­ter­nando mo­mentos ex­pres­sivos e rít­micos. O con­certo fi­na­liza com a Brook Green Suíte, de Gustav Holst, com­po­sitor in­glês lem­brado em 2024 pelos 150 anos de seu nas­ci­mento. A obra foi com­posta em 1933, du­rante uma in­ter­nação do com­po­sitor no hos­pital, onde mor­reria meses de­pois. Foi es­crita para suas alunas da or­questra da Saint Paul’s Girls School, no­ta­bi­li­zada por uma de suas obras mais co­nhe­cidas, a Saint Paul Suíte, também para cordas.

Para o programa completo do concerto, acesse: https://musica.ufrj.br/mais-noticias/orquestra-sinfonica-da-ufrj-faz-3-concerto-de-sua-100-temporada-em-16-04

A en­trada é gra­tuita e a apre­sen­tação está mar­cada para as 18h, no Salão Le­o­poldo Mi­guez, da Es­cola de Mú­sica da UFRJ, que fica na Rua do Pas­seio, 98, pró­ximo à es­tação Ci­ne­lândia do metrô.

Fonte: site da Escola de Música da UFRJ, texto original de Julio Longo.