João Guilherme Ripper nasceu no Rio de Janeiro, em 1959. Formou-se em Composição na Escola de Música da UFRJ, onde concluiu também o Mestrado, sob a orientação de Henrique Morelenbaum e Ronaldo Miranda. Obteve seu Doutorado em Composição na The Catholic University of America, em Washington D.C, nos EUA, onde estudou com o compositor Helmut Braunlich e a musicóloga argentina Emma Garmendia. Frequentou o Curso de Perfeccionamiento en Dirección Orquestal, na Argentina, ministrado pelo maestro Guillermo Scarabino, e o curso Économie et Financement de la Culture, na Université Paris-Dauphine. Dirigiu a Escola de Música da UFRJ entre 1999 e 2003 e a Sala Cecília Meireles entre 2004 e 2015. Em 2015, foi nomeado presidente da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro, cargo que ocupou até o início de 2017. É membro da Academia Brasileira de Música e professor do Departamento de Composição da Escola de Música da UFRJ.
Colabora regularmente com orquestras, teatros e festivais no Brasil e no exterior, criando novas obras e atuando como compositor residente. Em sua produção de câmara se destaca a série *From my window*, para diferentes formações. Na música orquestral podem ser citadas *Rio São Francisco* (1987), *Concertino para viola* (1989), *Brasiliana* para orquestra de sopros (1997), *Abertura concertante* (1999), *Variações In Memoriam* (2001), *Psalmus* (2002), *Concerto a Cinco* (2012), *Concertante para piano* (2013), *Concertino* para oboé, fagote e cordas (2013), *Jogos sinfônicos* (2015), *Suíte Natividade* (2016), *Fantasia Tarumã* para piano (2018), *Improviso* para violino e orquestra (2017) e *Sea Song* para violoncelo e cordas (2019). Com a participação de vozes são os *Cinco poemas de Vinícius de Moraes* para soprano e orquestra (2013), *Magnificat* (2004), *Desenredo* (2008), *Glória Concertato* (2017) e *Icamiabas* (2018), para solistas, coro e orquestra. Especial destaque merecem suas óperas *Domitila* (2000), ópera de câmara a partir das cartas trocadas entre D. Pedro I e a Marquesa de Santos, *Anjo Negro* (2003), baseada em peça de Nelson Rodrigues e encomendada pelo Centro Cultural do Banco do Brasil de São Paulo, *O Diletante*, escrita a pedido do projeto Ópera na UFRJ, *Oheama* (2014) e *Kawah Ijen* (2018), sob encomenda do Festival Amazonas de Ópera e Piedade (2012), encomendada e estreada pela Orquestra Petrobrás Sinfônica sob a regência de Isaac Karabtchevsky e encenada nas temporadas 2017 e 2018 da série Ópera de Câmara do Teatro Colón de Buenos Aires. Em 2020, teve seu monodrama *Cartas portuguesas* estreado na Sala São Paulo, a partir de uma dupla encomenda realizada pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e a Fundação Gulbenkian de Lisboa.
A *Suíte para cordas* (2020) foi encomendada pelo Sistema Nacional das Orquestras Sociais do Brasil. Em cada um dos cinco movimentos o compositor procurou explorar diferentes elementos musicais, sejam rítmicos, expressivos, formais ou da própria técnica instrumental. Segundo o compositor, “o grande desafio de compor uma obra para orquestras jovens foi o de associar a preocupação pedagógica ao resultado artístico, proporcionando aos instrumentistas desafios estimulantes que resultassem também no prazer de tocar, o que certamente colabora para o forte caráter brasileiro da peça, expresso inclusive nos títulos de alguns dos movimentos”.