IV Simpósio de Bandas Funarte-UFRJ: um encontro luxuoso

Evento na Escola de Música da UFRJ, no Rio, promove grande encontro de músicos, regentes e estudantes, em quatro dias de debates, palestras, workshops e apresentações.

No segundo concerto do primeiro dia do Simpósio, a Orquestra de Sopros da UFRJ, Everson Moraes (solista) e Marcelo Jardim (regente)

Entre os dias 7 e 10/11, a Escola de Música da UFRJ, no Rio, recebeu o IV Simpósio de Bandas Funarte-UFRJ, que reuniu dezenas de músicos, maestros e pesquisadores de vários pontos do Brasil, em oficinas, workshops, palestras, debates e concertos – todos eles gratuitos e abertos ao público. “Foi um luxo, um privilégio ter todas essas pessoas reunidas aqui na Escola de Música, fazendo música de banda, tocando composições de nomes como Anacleto de Medeiros, Villa-Lobos, Irineu de Almeida”, comemora o maestro e professor Marcelo Jardim, coordenador do evento – e também do programa de extensão Arte de Toda Gente, do qual faz parte o Projeto Bandas: Sistema Pedagógico de Apoio às Bandas de Música, promotor do encontro. Neste post, você pode conferir alguns momentos do evento em imagens da fotógrafa Ana Clara Miranda.

Ao todo, o simpósio recebeu cerca de 430 inscrições para atividades como palestras, debates e workshops. E, ao longo de seus quatro dias, contou com 43 professores, 16 palestrantes e 18 debatedores nas rodas de conversa. E ainda reuniu 18 grupos musicais, 16 solistas e 14 regentes convidados em seus 17 concertos – que, além da plateia presente, puderam ser acompanhados, ao vivo, por meio de uma transmissão pela internet. Todas essas apresentações, aliás, foram gravadas e seguem disponíveis no canal Arte de Toda Gente, no Youtube.

Orquestra Experimental de Sopros do Programa Aprendiz Musical, com regência de Gabriel Dellatorre, Bia Miranda e Pedro Parreiras, cantores

“Foi uma grande felicidade e gostaria de agradecer a todos que participaram deste simpósio”, diz Marcelo Jardim. “Contamos com muito repertório brasileiro nas apresentações. E, nas rodas de conversa e apresentações, como no Banda na Pauta, buscamos sempre trazer as informações e os temas que precisam ser discutidos por regentes de bandas, gestores, instrumentistas”, comenta o maestro. Ele destaca que um dos workshops do simpósio tratou especificamente de inovação. “Serviu para mostrar o que é o mundo do trabalho, em música, para os jovens músicos e estudantes, falar sobre as oportunidades profissionais em nosso campo. Fizemos debates sobre financiamento, sobre o que é um projeto, o que é um festival. Ações com que nós temos que nos preocupar cada vez mais, se quisermos fazer com que a banda de música continue sendo um centro de formação musical, um celeiro de música no Brasil”, afirma.

Os compositores Tim Rescala e Gilson Santos

Marcelo destaca também a grande oportunidade para troca de conhecimentos e experiências proporcionada pelo IV Simpósio. “As conversas, as trocas entre as pessoas, esse contato social, nós precisamos estimular cada vez mais Não somente no que se refere ao trabalho social, mas também envolvendo aqueles que têm sempre a acrescentar no trabalho pedagógico, ao desenvolvimento técnico e artístico das bandas. Um trabalho que edifica, passo a passo, a função pedagógica da Banda, como um celeiro de educação musical”.

Para o maestro, a banda, como instituição no Brasil, segue muito viva, e continua atuando no interior do Brasil. “Temos de observar a problemática de fazer cultura em nosso país, fazer arte. E a banda de música, como instituição, tem feito isso, há séculos. É preciso valorizar uma instituição que, há tanto tempo, exerce um papel fundamental na nossa música, seja popular ou de concerto, e também na formação dos nossos músicos”, completa.

Os professores José Vieira Filho, da Oficina de Reparo de Instrumentos, e Marcelo Jardim
Grupo de Trompas da UFRJ
Marcelo Maganha, da Orquestra de Sopros Municipal Maestro Agostinho Duarte Martins, de Lençóis Paulista/SP