A Noite de São João é a primeira ópera brasileira cantada em português e com temática nacional. Foi composta pelo compositor ituano Elias Álvares Lobo para a Imperial Academia de Música e Ópera Nacional, a primeira iniciativa concreta no Brasil de estimular o desenvolvimento do gênero no país. A ópera estreou no Rio de Janeiro em 14 de dezembro de 1860, com a ilustre presença do Imperador D. Pedro II. O libreto é de autoria do escritor José de Alencar e conta a história de amor secreto entre Inês e Carlos. O pai de Inês, um tabelião, planeja mandar a filha para o convento. Carlos, desolado, decide entrar para o Exército. Na noite de São João, ela pede ajuda ao santo para resolver seu caso de amor. Surge, então, uma cigana, que promete mudar o destino dos jovens apaixonados. Da ópera A Noite de São João sobreviveu apenas a partitura em redução para canto e piano, cuja orquestração original se perdeu. Além da editoração da redução para piano original, a importância histórica da ópera justificou a contratação do maestro Mateus Araujo para elaborar uma nova orquestração, de modo a viabilizar a execução da ópera em seu formato original, com orquestra. Através de uma parceria do Sinos com o Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos, da cidade de Tatuí, a pioneira ópera de Elias Álvares Lobo foi novamente ouvida após mais de um século de silêncio. A reestreia se deu no Teatro Procópio Ferreira, no dia 6 de dezembro de 2022, sob a direção do maestro Emanuele Baldini e a direção cênica de Rosana Orsini.
André, tabelião no Rio de Janeiro, 59 anos (barítono)
Carlos, sobrinho de André, 20 anos (tenor)
Inês, filha de André, 16 anos (soprano)
Joana, cigana, 50 anos (mezzo-soprano)
Rapazes e moças, famílias que vão à festa de São João (Coro misto)
Cordas (vln. I e II, vla., vlc. e cbx.), flautim, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetas em Bb, 2 fagotes, 2 trompas em F, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, percussão (pratos, bombo, campana e triângulo), violão e violas caipiras.