Escola de Música da UFRJ comemora 176 anos com apresentações e atividades gratuitas

Celebração acontece entre 12 e 16 de agosto; confira aqui a programação completa da Semana de Aniversário

Agosto será um mês de co­me­mo­ra­ções na Es­cola de Mú­sica da UFRJ. Fun­dada em 1848, a EM passou por várias de­no­mi­nações – Im­pe­rial Con­ser­va­tório de Mú­sica, Ins­ti­tuto Na­ci­onal de Mú­sica e Es­cola Na­ci­onal de Mú­sica Afinal – e, agora, completa seu 176º ano de ati­vi­dades, sendo a ins­ti­tuição de en­sino mu­sical mais an­tiga em ati­vi­dade no Brasil. Para celebrar o aniversário, entre 12 e 16 de agosto acontece a Se­mana de Ani­ver­sário da Es­cola de Mú­sica da UFRJ de 2024, com uma ex­tensa programação de apre­sen­ta­ções e ati­vi­dades, todas gratuitas. Confira a seguir as atrações:

12 de agosto (se­gunda-feira)

O evento abre com uma master class, às 13h, do Sigma Pro­ject Quartet, grupo es­pa­nhol de mú­sica de câ­mara con­tem­po­rânea es­pe­ci­a­li­zado em pes­quisa mu­sical e cri­ação de novo re­per­tório que e conta com os mais im­por­tantes com­po­si­tores do Prêmio Na­ci­onal de Mú­sica Es­pa­nhola.

A partir das 19h, ha­verá apre­sen­ta­ções do Grupo de Per­cussão da UFRJ, do time de So­pros e Per­cussão da Or­questra Sinfô­nica da UFRJ (que com­pleta 100 anos em 2024), além da Rio Brass Band, or­questra de me­tais e per­cussão – que leva ao pú­blico a tra­dição da mú­sica clás­sica mes­clada com mú­sica po­pular bra­si­leira e tri­lhas de grandes su­cessos do ci­nema.

13 de agosto (terça-feira)

A partir das 19h, 13/08, o Salão Le­o­poldo Mi­guez re­ce­berá vá­rias apre­sen­ta­ções. Uma delas será a de Hen­rique Cazes, que desde 1976 exerce ati­vi­dade de per­for­mance em ins­tru­mentos de cordas, com des­taque para o ca­va­quinho, atu­ando também como cu­rador, pro­dutor mu­sical e ar­ran­jador em di­versos pro­jetos nas áreas de choro, samba, mú­sica de con­certo e mú­sica in­fantil. Henrique é pro­fessor no pi­o­neiro ba­cha­re­lado de ca­va­quinho na Es­cola de Mú­sica da UFRJ, e também dá aulas de Ca­va­quinho e Prá­tica de Con­junto em ofi­cinas, cursos li­vres e fes­ti­vais, dentro e fora do Brasil, tra­ba­lhando sempre para a va­lo­ri­zação do ca­va­quinho e do choro.

Também na terça, ha­verá a apre­sen­tação do con­vi­dado in­ter­na­ci­onal Ema­nuele Schil­laci. Mú­sico de for­mação clás­sica com grande paixão pela mú­sica po­pular bra­si­leira e pelo vi­olão mo­derno, formou-se com nota má­xima no Con­ser­va­tório de Mú­sica de Santa Ce­cília de Roma em Vi­olão Clás­sico com o Ma­estro Ar­turo Tal­lini. Du­rante os anos no Con­ser­va­tório, seu en­contro com a mú­sica eru­dita es­ti­mulou a pes­quisa mu­sical além da par­ti­tura e, através de grandes nomes do vi­olão como H. Villa Lobos e Au­gustin Bar­rios, foi trans­por­tado para o uni­verso da Amé­rica do Sul, onde aprendeu bossa nova, choro, samba e tango. Desse in­tenso en­contro, amal­ga­mado pelo es­tudo do jazz, nasceu seu re­per­tório como vi­o­lo­nista solo, que pas­seia entre a mú­sica clás­sica e sul-ame­ri­cana al­ter­nando com com­po­si­ções de can­ções ori­gi­nais.

Outro que participa da festa é o grupo Vi­o­lões da UFRJ. Pro­jeto de ex­tensão criado em 2003 pelo pro­fessor Bartho­lomeu Wiese, o grupo lançou seu pri­meiro CD em 2010 e, no mesmo ano, vi­ajou para a Es­panha onde apre­sentou seu tra­balho ob­tendo su­cesso de pú­blico e crí­tica. Em 2019, foi re­co­nhe­cido como Grupo Ar­tís­tico de Re­pre­sen­tação Ins­ti­tu­ci­onal da UFRJ (GARIN). Com a cri­ação das ca­deiras de ban­dolim e ca­va­quinho na EM/UFRJ, estes ins­tru­mentos foram in­se­ridos na for­mação ori­ginal, dando mais bra­si­li­dade ao con­junto.

A programação do dia termina com o grupo In-versos, pro­jeto que também é um GARIN. Sua pro­posta é res­gatar a canção como po­esia can­tada para o âm­bito dos es­tudos poé­tico-li­te­rá­rios como uma forma de com­pre­endê-la desde o seu mo­vi­mento ori­gi­nário, ou seja: antes da cisão entre mú­sica e po­esia e que en­quanto in­dis­so­ciá­veis con­formam o mo­vi­mento do poé­tico como uma uni­dade.

14 de agosto (quarta-feira)

As ati­vi­dades co­meçam às 19h e a pro­gra­mação in­clui apre­sen­ta­ções do Duo San­toro – que conta com os vi­o­lon­ce­listas Paulo e Ri­cardo San­toro – de Er­nesto Hart­mann, to­cando Chopin e Oscar Lo­renzo Fer­nandez no piano; do Duo Maria de Ca­val­canti e Tiago Car­neiro; do Duo Adour, que conta com An­drea Adour (voz) e Fabio Adour (vi­olão) e do Duo Uja­kova e Alves, que conta com Ta­mara Uja­kova no piano e Cris­tiano Alves na cla­ri­neta. O en­cer­ra­mento fica a cargo do Quin­teto Ex­pe­ri­mental de So­pros da Es­cola de Mú­sica da UFRJ, que apre­sen­tará a “Suíte sobre temas de Luiz Gon­zaga”, do Mestre Duda.

15 de agosto (quinta-feira)

A partir das 19h, o Salão Le­o­poldo Mi­guez será palco do re­cital “Eter­na­mente: mo­di­nhas e can­ções dra­ma­ti­zadas de Antônio Carlos Gomes”. O es­pe­tá­culo apre­senta parte do can­ci­o­neiro do com­po­sitor bra­si­leiro, es­crito no pe­ríodo do Se­gundo Im­pério no Brasil, e que busca trazer, através da dra­ma­ti­zação e res­sig­ni­fi­cação de seus po­emas, a crô­nica de cos­tumes da época. A linha con­du­tora do en­redo é uma his­tória ro­mân­tica que apre­senta con­flitos so­ciais e in­di­vi­duais con­tex­tu­a­li­zados na se­gunda me­tade do sé­culo XIX. Can­tadas em por­tu­guês, ita­liano e francês, as can­ções são uma parte rica da pro­dução deste que é o maior com­po­sitor de óperas das Amé­ricas.

16 de agosto (sexta-feira)

Às 19h, a apresentação é do Coral Or­di­na­riuzão. Des­do­bra­mento do tra­balho do grupo vocal Or­di­na­rius, o con­junto apre­senta um re­per­tório de can­ções da MPB em ar­ranjos ori­gi­nais de Au­gusto Or­dine, pas­se­ando por gê­neros como Bossa Nova, Afro Sambas, MPB mi­neira, entre ou­tros. O Coral Or­di­na­riuzão co­meçou seus tra­ba­lhos em 2020, du­rante a pan­demia, e man­teve os dois anos ini­ciais em modo on-line. Desde o início de 2022, o grupo re­a­lizou di­versas apre­sen­ta­ções em es­paços como o Me­mo­rial Ge­túlio Vargas, o Centro Cul­tural Acaso e Museu da Re­pú­blica, além de ter par­ti­ci­pado do show do grupo vocal Or­di­na­rius no Te­atro Rival em 2023. A sexta se en­cerra com uma apre­sen­tação do Oc­teto Oquyra.

17 de agosto (sá­bado)

A partir das 18h30, sempre no Salão Le­o­poldo Mi­guez, acontecem as apre­sen­ta­ções do Coral In­fantil e do Coral In­fan­to­ju­venil da UFRJ. Criado em 1989 pela ma­es­trina Maria José Che­vi­ta­rese o Coral In­fantil da UFRJ é hoje um grupo con­so­li­dado, já tendo se apre­sen­tado junto às prin­ci­pais or­ques­tras bra­si­leiras. O grupo que possui cen­tenas e cen­tenas de apre­sen­ta­ções em seu cur­rí­culo já foi re­gido por ma­es­tros bra­si­leiros e es­tran­geiros, dentre eles Isaac Ka­rabt­chevsky, Ro­berto Minczuk, Jamil Maluf, Ro­berto Du­arte, Hen­rique Mo­re­len­baum, entre ou­tros.

O en­cer­ra­mento terá uma apre­sen­tação do Cantus Firmus, um coral in­de­pen­dente criado em Bra­sília, em 1992, pela ma­es­trina Isa­bela Se­keff e que fi­gura como um dos me­lhores co­rais da ca­pital do Brasil. O grupo tem hoje cerca de 45 in­te­grantes e conta com um re­per­tório eclé­tico e va­riado, indo desde can­ções fol­cló­ricas bra­si­leiras e la­tinas à mú­sica sacra e eru­dita, pas­sando pelo gospel, o jazz, a mú­sica de câ­mara e com es­pe­cial ên­fase na mú­sica bra­si­leira.

18 de agosto (do­mingo)

O encerramento da Se­mana de Ani­ver­sário con­tará com o grupo Ma­drigal Con­tem­po­râneo, sur­gido da ideia de se fazer mú­sica vocal com uma for­mação apa­ren­te­mente sim­ples, porém com ampla ex­pe­ri­ência coral, bus­cando sempre uma per­for­mance de qua­li­dade. É um grupo com gosto pelos ma­dri­gais e pela mú­sica con­tem­po­rânea, prin­ci­pal­mente a bra­si­leira.

Fechando o evento, ha­verá também uma apre­sen­tação do Coro Con­tem­po­râneo de Cam­pinas, fruto da união do Ma­estro An­gelo Fer­nandes com os alunos de canto, ins­tru­mento, re­gência e com­po­sição dos cursos de mú­sica do Ins­ti­tuto de Artes da UNI­CAMP. Gui­ando-se pelo de­sejo de dis­se­minar a mú­sica coral em Cam­pinas por meio de um pro­jeto capaz de de­sen­volver um amplo tra­balho de for­mação de can­tores e re­gentes co­rais, o coro surgiu em 2009, com uma atu­ação que con­templa re­per­tório a cap­pella e mon­tagem de óperas e can­tatas. Con­co­mi­tan­te­mente, o grupo re­a­liza também, pes­quisas com o in­tuito de formar um re­per­tório de alto nível téc­nico e ar­tís­tico, com ên­fase na mú­sica coral com­posta nos sé­culos XX e XXI.

As apresentações serão todas no Salão Le­o­poldo Mi­guez, da Es­cola de Mú­sica da UFRJ, que fica na Rua do Pas­seio, 98, pró­ximo à es­tação Ci­ne­lândia do metrô, sempre com entrada gratuita.

Fonte: Escola de Música da UFRJ

Texto original de Julio Longo