Durante oito meses, Hugo Linns criou composições novas, estudou formas de integração de
tecnologias audiovisuais e consultou amigos de diversas áreas. Desse processo surgiu Eu futuro
do pretérito, o primeiro show solo do artista e no Festival Arte de Toda Gente ele apresenta
alguma composições desse trabalho novo. Entendido como uma experimentação sonora, o
projeto traz a gravação orgânica de instrumentos (violas, baixo e sampler) – tocados, por
vezes, alternadamente; em outros momentos, sobrepostos em camadas musicais A
apresentação tem ainda a ideia do próprio tempo verbal que lhe dá o título: o futuro do
pretérito do indicativo. Hugo trabalha com essa noção de incerteza, surpresa e indignação,
além do encadeamento de ações, uma sendo consequente da outra. Assim acontece com os
sons neste espetáculo: um puxa o próximo, que puxa o próximo e, dessa forma,
sucessivamente.