O Encontro dos Programas de Pós-graduação Profissional da área de Artes acontecerá nos dias 11 e 12 de novembro na CAPES, em Brasilia.
Ele reunirá as Coordenações dos Programas, pessoas representantes de diversos setores como MinC, Funarte e SESC, e os diretores da DAV e DPB da CAPES.
Será lançado na ocasião um e-book e site com informações sobre os 14 PPGs profissionais produzidos por suas coordenações.
O objetivo desta ação é tornar a atuação dos Programas de Pós-graduação Profissionais em Artes visível para públicos mais amplos, reforçando a relevância deste modelo de formação e pesquisa para as pessoas profissionais, para o mundo do trabalho e para a academia na área das Artes.
Acreditamos que estas publicações possam sensibilizar diversos agentes, a apoiar a criação de formas de sustentação e apoio financeiro aos Programas Profissionais em Artes, tanto da área governamental, quanto da política e do mundo do trabalho.
Gostaríamos de demonstrar o quanto estes Programas já apresentam de impacto positivo e relevante nas dimensões da formação de quadros profissionais/artísticos qualificados e da produção artística/intelectual, apesar da recente história do modelo de Pós Graduação Profissional na nossa Área.
A Pós-Graduação Profissional em Artes no Brasil
Em 2013, começaram a funcionar os dois primeiros programas de pós-graduação profissional em Artes no Brasil. Hoje, com pouco mais de uma década de existência desse modelo, há 14 programas distribuídos em 9 estados, abrangendo todas as regiões do país, com 225 docentes e 580 alunos matriculados, tendo formado 815 mestres profissionais em Artes. Esses números indicam uma grande aceitação e o rápido crescimento e disseminação desse modelo de pós-graduação no Brasil, que tem a prática indissociada da pesquisa e formação.
A área de Artes vem lidando com inovações importantes, como a criação dos Doutorados Profissionais – cursos que exigirão um aprofundamento na definição clara e coerente do que se entende por pesquisa aplicada, a ser desenvolvida neste mais alto grau de titulação acadêmica no campo artístico.
Os programas profissionais em Artes inserem-se em um panorama histórico que enfatiza os aspectos práticos como eixo central na formação dos artistas, caracterizando o modo fundamental de seu treinamento desde tempos remotos. Entretanto, a ênfase na prática é, de certo modo, uma novidade no cenário da pós-graduação em Artes no Brasil. Desde as universidades medievais europeias, as Artes estavam no meio acadêmico, mas apenas como objeto e ferramenta de especulação teórica. A partir do século XIX, novas concepções de universidade priorizaram a formação de profissionais e a geração de conhecimento (pesquisa) como funções fundamentais, e as Artes foram gradualmente absorvidas pelo mundo acadêmico moderno, alternando entre as dimensões práticas e teóricas.
A inclusão das Artes no Sistema Nacional de Pós-Graduação iniciou-se lentamente a partir do final da década de 1970, em um momento em que prevalecia a concepção de que a principal função da pós-graduação no Brasil deveria ser a pesquisa básica – voltada para fundamentos teórico-conceituais –, deixando em segundo plano as dimensões práticas e formativas profissionais. A partir dos anos 2000, ganha destaque a importância da formação profissional qualificada e da pesquisa aplicada – orientada para a prática – como áreas desejáveis para o Sistema Nacional de Pós-Graduação. É nesse cenário que surgem as primeiras pós-graduações profissionais no Brasil.
Embora a pós-graduação profissional em Artes tenha longa história no cenário internacional, o contexto nacional fez com que o modelo brasileiro se desenvolvesse de maneira original. Aqui, os formatos não se baseiam na simulação de práticas profissionais, como em modelos consagrados internacionalmente, mas têm as experiências profissionais reais dos indivíduos como núcleo de sua pesquisa e formação. Essa dimensão da prática aplicada à realidade imediata das pessoas levou os programas profissionais a incorporar em suas dinâmicas internas e externas os aspectos sociais e políticos do trabalho em Artes – um tipo de pesquisa que pode ser chamado de “pesquisa implicada” –, criando canais efetivos de comunicação e intercâmbio entre a academia e o mundo do trabalho em Artes. Essas trocas exigem constantes revisões nos programas e estimulam uma visão panorâmica e crítica do mundo profissional entre os alunos e egressos.
Os programas profissionais em Artes foram inicialmente concebidos com um contexto profissional regional como base estrutural. Contudo, a experiência de implementação logo mostrou que, além de atraírem profissionais de outras regiões, as atuações dos artistas muitas vezes extrapolam limites territoriais, mesmo quando dialogam com questões locais. Essa característica introduz a dimensão do intercâmbio cultural e da expansão de horizontes nas pesquisas profissionais e artísticas, exigindo mecanismos para a circulação de experiências e informações, que enriquecem a formação e a pesquisa.
Um aspecto importante dos programas profissionais em Artes é sua relação com o ensino básico. A ênfase na qualificação de recursos humanos para o mundo do trabalho marca a diferenciação para os mestrados e futuros doutorados profissionais e vem instaurando, na área de Artes, novas políticas e formas de interlocução com setores da sociedade. A área de Artes conta com programas que mantêm um vínculo estreito com o setor, e atualmente, existem dois programas voltados especificamente para o ensino de artes, além de dez programas com linhas de atuação para artistas e docentes.
É importante frisar que o PROF-ARTES – um programa em rede criado em 2014 com o incentivo da CAPES com regras distintas, especialmente pela presença de financiamento oficial, atualmente pertencente à nova área de avaliação, Ciências e Humanidades para a Educação Básica.
Outro destaque do modelo profissional é que, por exigência da CAPES, os programas devem estabelecer parcerias com instituições externas às universidades que os abrigam, inclusive para garantir financiamento. Diferentemente dos programas acadêmicos voltados para pesquisas básicas, que contam com apoio regular das principais agências de fomento no Brasil, a CAPES e o CNPQ, os programas profissionais dependem dessas parcerias. Originalmente, essas parcerias visavam ser fonte de recursos; contudo, na área de Artes, transformaram-se em pontes institucionais relevantes, refletindo-se na orientação das pesquisas dos alunos e na empregabilidade dos formados, ainda que as instituições parceiras frequentemente enfrentem dificuldades de financiamento semelhantes às dos programas acadêmicos.
Assim, criar mecanismos que garantam financiamento e circulação de pessoas e produções é hoje um dos principais desafios dos programas profissionais em Artes no Brasil. O evento e a publicação atuais visam discutir essas questões, promovendo os potenciais e realizações dos programas. Espera-se fortalecer a rede nacional de programas profissionais em Artes, consolidando e expandindo relações internas, e apresentar essa rede como um bloco que merece a atenção de futuros parceiros e apoiadores, destacando o potencial impacto desse modelo para o mundo do trabalho em Artes no Brasil.
Beth Rangel, Lucas Robatto e Aloysio Fagerlande
Comitê Editorial EPPPA
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República
Margareth Menezes
Ministra da Cultura
Fundação Nacional de Artes | Funarte
Presidência Maria Marighella
Direção Executiva Leonardo Lessa de Mendonça
Direção de Artes Cênicas Rui Moreira dos Santos
Direção de Artes Visuais Sandra Benites Guarani Nhandewa
Direção de Música Eulícia Esteves da Silva Vieira
Direção de Fomento e Difusão Regional Aline Vila Real Matos
Direção de Projetos Laís Santos de Almeida
Direção de Logística, Orçamento e Administração Filipe Pereira de Aguiar Barros
Assessoria Especial Marcos Teixeira
Procuradoria Jurídica Dra. Maria Beatriz Correa Salles
Coordenação de Comunicação Chayenne Guerreiro
Universidade Federal do Rio de Janeiro | UFRJ
Roberto de Andrade Medronho, reitor
Cássia Curan Turci, vice-reitora
Centro de Letras e Artes
Afranio Gonçalves Barbosa, decano
Carlos Augusto Moreira da Nóbrega, vice-decano
Escola de Música da UFRJ
Direção Ronal Xavier Silveira
Vice-direção | Direção Adjunta do Setor Artístico Marcelo Jardim
Direção Adjunta de Ensino de Graduação Eliane Magalhães da Silva
Direção Adjunta dos Cursos de Extensão Aline Faria Silveira
Programa de Pós-graduação em Música Fábio Adour, coordenador
Programa de Mestrado Profissional em Música | Promus Patrícia Michelini Aguillar, coordenadora
Fundação José Bonifácio | FUJB
Presidente Alberto Felix Antônio da Nobrega
Secretaria Geral Ricardo de Andrade Medronho
Superintendência Técnico-científica e Cultural Guilherme Lessa
Gerência de Convênios e Análise Ane Vicente Pereira
Projeto Arte em Circuito | Programa Arte de Toda Gente | Parceria Funarte-UFRJ
Coordenação Geral Marcelo Jardim
Gestão de Projetos e coord. Logística Ana Cláudia Melo
Coordenação de Comunicação Fabiana Rosa
Produção Arte de Toda Gente e Mapeamento Cultural: Bruna Leite
Coordenação de Inovação e Parcerias Institucionais Katia Augusta Maciel
Academia Arte de Toda Gente Júlio Colabardini (coord.), Marlon Magno
Administração Aliciandra Amaral, Tânia Oliveira e Beatriz Veiga, assistente
Arte e WebDev Márcio Massiere, diretor
Imprensa Henrique Koifman
Revisão Daniele Paiva, Maurette Brandt e Mônica Machado
Diagramação Renata Arouca
Fotografia Ana Clara Miranda, Nadejda Costa, Walda Marques, Rafaela Bompiani
Núcleo de Mídias Digitais | NuMiDi
André Flauzino e Malany Dias (design gráfico), Renan Ferreira (webdesign), Carolina Lais de Assis e Fernando Salles (redes sociais e podcasts); Alberto Moura (audiovisual); Bolsistas de Graduação que apoiam todos os setores:
EPPPA – Encontro dos Programas de Pós-Graduação Profissional da área de Artes
Comitê Editorial: Beth Rangel (UFBA), Lucas Robatto (UFBA), Aloysio Fagerlande (UFRJ) e Marcelo Jardim (UFRJ)
Coordenações dos Programas de Pós-Graduação Profissional:
PROFMUS – EMUFPA: Gabriella de Mattos Affonso
MPAP – PUCSP: Priscila Arantes
PPGPDAN/FAV (Faculdade Angel Vianna): Dulce Tamara da Rocha Lamego da Silva
PPGPM/ UEMG: Fernando Macedo Rodrigues
PPPA – Mestrado Profissional/ Universidade Estadual do Paraná: Solange Straub Stecz
PRODAN – Universidade Federal da Bahia: Beatriz Adeodato Alves de Souza
PPGARTES – IFCE – Campus Fortaleza: Maria de Lourdes Macena de Souza
Mestrado Profissional em Artes da Cena (ESCH): Karina Almeida
PROMUS/UFRJ: Patricia Michelini
PROEMUS / UNIRIO: Lúcia Barrenechea
PPGEAC / UNIRIO); Marina Henriques Coutinho
UFBA-PPGPROM: Lélio Alves
MUSPROF / UFMT: José Fortunato Fernandes
PPPGMUS/UEA (Universidade do Estado do Amazonas): Duany Parpinelli
Edições presenciais em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte
Coordenação geral: Bruno Rodrigues (Funarte) e Marcelo Jardim (UFRJ)
Coordenação artística: Bill Aquino | Cadillac
Consultoria e artista residente: Bob Burnquist | Instituto IBB
Coordenação artística e pedagógica para o Graffiti: Binho Ribeiro
Gerência de Produção (Rio, Niterói, Belo Horizonte, Brasília): Mac | empresa
Coordenação de produção São Paulo: Luciana Ribeiro
Assessoria de projetos: Bruno Ururahy
Apoio pedagógico: Sharon Rivera
Editora Escola de Música
Subcomissão para produtos didáticos, bibliográficos, fonográficos, audiovisuais e editorial
Marcelo Jardim (presidente), André Cardoso, Maria José Chevitarese, Aloysio Fagerlande, Eduardo Monteiro e Leandro Soares.