Entre os dias 11 e 16 de dezembro, aconteceu no Rio de Janeiro a XXV Bienal de Música Brasileira Contemporânea, mais tradicional e importante evento do gênero. Este ano, os concertos da Bienal teve dois palcos: a Sala Cecilia Meireles e o Teatro Dulcina (a Sala Funarte Sidney Miller, onde a princípio aconteceria um dos concertos, não pode ser utilizada). A Bienal é promovida pela Fundação Nacional de Artes – Funarte e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, através de sua Escola de Música. Veja a programação completa do evento mais abaixo.
Nesta edição, os concertos da Bienal foram divididos em três vertentes: Orquestrais (e que acontecem na Sala Cecília Meireles), Música de Câmara e Música Eletroacústica (Teatro Dulcina), sempre no Centro do Rio de Janeiro.
Ingressos
Os ingressos para os concertos tiveram preços populares: R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia entrada. Para as apresentações da Cecília Meireles, esses ingressos deviam ser comprados na própria bilheteria da Sala. Já para as apresentações do Teatro Dulcina, eles estiveram disponíveis no site Sympla, neste link: https://www.sympla.com.br/eventos?s=bienal%20xxv .
As origens da Bienal
O projeto inicial que daria origem à Bienal de Música Brasileira Contemporânea foi criado pelo compositor Edino Krieger, em 1968 e foi inspirado nos famosos festivais da canção, direcionados para a música popular. Encampada pela Secretaria de Cultura do antigo Estado da Guanabara, a proposta abriu a temporada do Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 1969, sob o nome de Festival de Música da Guanabara (FMG) e, no ano seguinte, teve uma segunda edição, desta vez com o formato de concurso.
Interrompido, o evento seria retomado apenas em 1975, por iniciativa da então diretora da Sala Cecília Meireles, Myrian Dauelsberg. No mesmo ano, foi criada a Funarte, que passou a ter justamente Edino Krieger à frente de seu Instituto Nacional de Música. Desde então, a entidade federal abraçou o projeto, que passou a ser mantido por ela. De lá para cá, foram realizadas outras 24 edições da Bienal – tendo a mais recente acontecido em 2021.
Confira a programação da XV Bienal:
Locais:
Concertos Orquestrais – Sala Cecília Meireles, dias 11 e 12, às 19h, e dia 16, às 16h
Música de Câmara – Teatro Dulcina, dias 13, 14 e 15, às 19h
Música Eletroacústica – Teatro Dulcina, dia 14, às 16h
CONCERTO 1 – Dia 11, segunda-feira, 19h, Sala Cecília Meireles
- Juno Carreño – Lótus, para violoncelista e sua voz (2019, estreia) 9’
Violoncelo solo e voz – Pablo de Sá
- Danniel Ribeiro – Cleaved shallow water, para flauta, violino / viola, guitarra e percussão (2021) 9’
Abstrai Ensemble
Flauta – Andrea Ernest Dias
Violino / Viola – Mariana Salles
Guitarra elétrica – Fábio Adour
Percussão – Tiago Calderano
- Mario Ferraro – Tríptico breve, três divertimentos para piano (2020, estreia) 12’
- Sensibile, delicato
- Leggiero
- Ritmico, articolato, con moto
Piano – Kátia Ballousier
- Samuel Peruzzolo Vieira – Eleven tickets for a Lévy flight, para clarineta baixo, marimba, percussão e piano (2022) 11’
Abstrai Ensemble
Clarone – Batista Jr.
Piano – Marina Spoladore
Percussão – Tiago Calderano
- Julian Maple-Oliveira – K-9, para trompete, trompa, percussão e dois pianos (2020) 7’
Abstrai Ensemble
Trompete – Nailson Simões (convidado)
Trompa – Waleska Betrami (convidada)
Pianos – Marina Spoladore e Katia Balloussier (convidada)
Percussão – Tiago Calderano
Regência – Thiago Santos
INTERVALO
- Marcílio Onofre – Galope Errante, para orquestra de cordas (2021) 7’30”
- Catarina Domenici – Chamamé, para orquestra de cordas (2021, estreia) 6’
- Marisa Rezende – Devaneio, para orquestra de câmara (2022) 5’
Orquestra de Cordas de Volta Redonda
Regência de Sarah Higino
CONCERTO 2 – Dia 12, terça-feira, 19h, Sala Cecília Meireles
- Jorge Antunes – Abertura da Ópera Marielle (2023, estreia) 8’
Difusão eletroacústica: Marcelo Carneiro
- Darwin Pillar Corrêa – Werden (2020, estreia) 8’30
- Germán Gras – Grito silenciado, sangue no trigo (2023) 10’50”
- Jamberê – Maculelê: o exórdio (2022, estreia) 8’
- Paulo Costa Lima – Oji: chegança e ímpeto (2020) 8’
Orquestra Petrobras Sinfônica
Regência de Cinthia Alireti
Obs: As obras de Rafael Arcaro (Concerto para violino) e de Leonardo Clementine (Matrizes ígneas), selecionadas na Categoria A do Prêmio Funarte para a XXV Bienal de Música Brasileira Contemporânea, serão executadas pela Orquestra Petrobras Sinfônica durante a temporada de 2024.
CONCERTO 3 – Dia 13, quarta-feira, 19h – Teatro Dulcina
Música de câmara
- Mateus Costa – Estilho, para três contrabaixos (2020, estreia) 2’40”
Contrabaixos – Cláudio Alves, Vinícius Frate e Gledson Câmara (em substituição a Rodrigo Favaro)
- Jhonatan França – Trenzito do Iguazu, para quarteto de cordas (2023, estreia) 5’
Quarteto Suassuna
- Clara Lamonaca – Palavras não me são familiares, para quarteto de cordas (2023, estreia) 6’
Quarteto Suassuna
- Homero Augusto – A procissão das almas, para viola e violoncelo (2023) 7’30”
Viola – Samuel Passos
Violoncelo – Glenda Carvalho
- Carol Panesi – Brincando na mata, para flauta nativa americana ou flautim e quarteto de cordas (2022) 5’
Flauta nativa – Carol Panesi
Quarteto Suassuna
- José Corrêa – Quarteto de cordas no1 (2022, estreia) 9’
- Moderato
- Allegretto
- Molto Allegro
- Allegretto animato
Quarteto Suassuna
Violinos – Fábio Peixoto e Andréia Carizzi
Viola – Samuel Passos
Violoncelo – Glenda Carvalho
CONCERTO 4 – Dia 14, quinta-feira, 16h – Teatro Dulcina,
Música eletroacústica. Coordenação: Bryan Holmes
- Martin Herraiz – Catálogo de obsessões solitárias, V.2, para saxofone baixo amplificado (2020, estreia) 10’
Saxofone baixo amplificado – Pedro Bittencourt
- Ana Clara Guerra – Vozes sem nome (2019) 5’34”
Difusão – Bryan Holmes
- César Traldi – Reflexos #2, para 6 congas, uma real e cinco virtuais (2021) 4’
Conga – César Traldi
- Vinícius S. Baldaia – O engodo do medo, para violino solo e eletrônica (2021) 6’53”
Violino – Marianna Salles
Difusão – Bryan Holmes
- Alfredo Moura – Estudo no1: miscigenação e vitória (estreia) 10’47”
Difusão – Bryan Holmes
- Levy Oliveira – Comigo me Desavim, para piano e eletrônica (2021) 9’
Piano – Adriano Lopes Sobrinho
Difusão – Levy Oliveira
INTERVALO
- Felipe de Almeida Ribeiro – Earthshine, para flauta em Sol, violoncelo, piano, percussão e eletrônica (2020) 9’
Abstrai Ensemble
Flauta – Andrea Ernest Dias
Fagote – Ariane Petri
Violão folk – Fábio Adour
Percussão – Tiago Calderano
Eletrônica em tempo real – Felipe Ribeiro
Regência – Thiago Santos
- Gabriel Araújo – Saw (obra acusmática) (2023) 7’38”
- Arthur Murtinho – Caim, para voz e eletrônica ao vivo (estreia) 5’
Voz – Rúbia Vaz
Eletrônica ao vivo – Arthur Murtinho
- Sérgio Kafejian – Câmera oscura, para saxofone soprano e barítono e sons eletrônicos (2022, estreia em concerto online) 9’
Saxofones soprano e barítono – Pedro Bittencourt
Eletrônica em tempo real – Sérgio Kafejian
- Patrícia Bizzotto – Fogo Fôlego (2019) 12’
Difusão – Bryan Holmes
CONCERTO 5 – Dia 14, quinta-feira, 19h – Teatro Dulcina
Música de câmara
- Daniel Vargas – Jaguanhenhém, para viola solo (2017, estreia) 12’
Viola – Martinez Galimberti Nunes
- Victor Somma – Elijah and the wind, para octeto de flautas (2022) 6’
Orquestra Carioca de Flautas
Flauta 1a – Felipe Braz
Flauta 1b – Carolina Cattan
Flauta 2a – Augusto Silva
Flauta 2b – Lia Buarque
Flauta 3 – Pablo Lucas
Flauta em sol – Levi Chaves
Flauta baixo – Artur Rodrigues
Flauta solo – Sérgio Barrenechea
- André de Cillo – Une autre vue sur les jardins interdits, para quinteto de metais (2020, estreia) 6’
Art Metal Quinteto
Trompetes – Jessé Sadoc e Wellington Moura
Trompa – André Vieira Rocha
Trombone – João Luiz Areias
Tuba – Eliezer Rodrigues
- Natan Ourives (texto do compositor) – Energia escura, para soprano, violino e percussão (Ato I: 2022/2023; Ato II: estreia) 6’
- Ato I: Do Big-bang, Estrelas, Quasares, Pulsares e Supernova
- Ato II: Da matéria e energia escura
Soprano – Chiara Santoro
Violino – Taís Chagas Soares
Percussão – Ana Letícia Barros
- Aylton Escobar (texto de Paulo Leminski) – Leminski: quatro dizeres e uma sombra, para barítono e piano
Barítono – Homero Velho
Piano – Viviane Sobral
- Filipe de Matos (texto de Lenilson Alvares T. Gusmão) – Canto para Palmares, para canto e piano (2019, estreia) 6’
Mezzo-soprano – Sarah Salotto
Piano – Viviane Sobral
- Sandra Mohr (texto da compositora) – Três guerreiras brasileiras, para canto e piano (2019, estreia) 6’
- A índia
- A branca
- A negra
Soprano – Chiara Santoro
Piano – Viviane Sobral
- Maria Di Cavalcanti – Pasárgada, para trompa e piano (2021) 4’
Trompa – Tiago Carneiro
Piano – Maria Di Cavalcanti
- Rodolfo Coelho de Souza (Texto de Luci Collin) – Outrosnósmesmos, para coro misto (2022) 11’40
- Ode a um: Gato
- Uma tarde que cai: Pássaros
- Extravagante: Cão
- Rafael Bezerra de Souza (Texto do compositor) – Oké, odè ko ké ma wo! (Tributo ao meu pai Odé Erinlé), para coro misto (2022) 4’5”
Madrigal Contemporâneo
Sopranos: Lina Santoro, Carolina Morel, Ana Claudia Reis, Macla Nunes
Contraltos: Sarah Salotto, Noeli Mello, Helena Lopes, Marina Valladares
Tenores: Guilherme Moreira, João Campelo, André Cisco, Cadu Barcelos
Baixos: Lúcio Zandonadi, Cristóbal Rioseco, Iago Cirino, Antônio Cerdeira
Regência e direção artística: Danielly Souza
CONCERTO 6 – Dia 15, sexta-feira, 19h – Teatro Dulcina
- Marcos Zanandrea – Três odes à sabedoria, para violão solo (estreia) 6’30”
- Allegro moderato
- Andantino
- Allegro con brio
Violão – Fábio Adour
- Gabrielle Camarana – Memórias de um novo mundo, para violoncelo solo (2023, estreia) 6’
Violoncelo – Paulo Santoro
- Lucas Penteado – Dança mística, para violoncelo e violão (2021, estreia) 3’25”
Duo Interarte
- Jonas Moncaio – Oração das cordas, para violoncelo e violão (estreia) 4’20”
Duo Interarte
Violoncelo – Paulo Santoro
Violão – Cyro Delvizio
- Tauan Sposito – Visões distópicas de um futuro próximo, para violino solo (2019) 8’
- Ad libitum
- Presto possibile
- Semínima 60
- Sem indicação de tempo
- Sem indicação de tempo
Violino – Ricardo Amado
- Filipe Bernardo – Toccata op.3, para piano (2020) 4’
Piano – Flávio Augusto
- Rael B. Gimenes – Motetos para o tempo presente, para violino, violoncelo e piano (2023, estreia) 10’
- Sem indicação de tempo
- Semínima 60
- Semínima 52
- Semínima 80
Trio Aquarius
- Marcelo Politano – Roots, para flauta, clarineta, violino, viola e violoncelo (2021) 5’
Flauta – Paula Martins
Clarineta – Cristiano Alves
Violino – Ricardo Amado
Viola – Dhyan Toffolo
Violoncelo – Ricardo Santoro
- Pedro Pascoali – Geométrico-orgânico, para flauta, clarineta, violino, violoncelo e piano (2023) 7’
Flauta – Paula Martins
Clarineta – Cristiano Alves
Trio Aquarius
Violino – Ricardo Amado
Violoncelo – Ricardo Santoro
Piano – Flávio Augusto
CONCERTO 7 – Dia 16, sábado, 16h – Sala Cecília Meireles
- Marcelo Bellini Dino – O Canto da Fênix: ascensão, morte e renascimento (2022) 8’40”
- Élodie Bouny – Eclipse (2022) 8’
- Carlos dos Santos – Trancoso (2022, estreia) 8’
- Cibelle J. Donza – Literofagia, verdade e ardil (2022) 8’
INTERVALO
- Rodrigo Camargo – Concerto de Bolso para violino e orquestra (2023, estreia) 11’10”
Violino – Tomaz Soares
- Alexandre Schubert – Cidade do Sol (estreia) 9’
- Edino Krieger – Fantasia Cromática e Fuga (2013) 9’
Orquestra Sinfônica de Barra Mansa
Regência de Anderson Alves