Um Axé de Beber que vem de Olinda

Sucesso absoluto entre os foliões nativos e turistas que sobem e descem as famosas ladeiras de Olinda ao som do frevo e do maracatu durante o Carnaval, o Axé de Fala tem seus segredos. Parte dessa história de sucesso, porém, pode ser conhecida através do documentário “Gastronomia de Olinda”, que tem como participante Shirley Castro, que produz bebidas típicas na cidade e é nossa entrevistada neste post. O documentário, que estreia em 4/1/2023, faz parte da Mostra Virtual Bossa Criativa Arte de Toda Gente Olinda, que tem vídeos lançados semanalmente, podendo ser acessados aqui pelo site e, também, pelo Canal Arte de Toda Gente no YouTube.

Vamos à entrevista:

O famoso Axé de Olinda tem inúmeros adeptos. Como tudo começou?

Minha mãe, Dona Carmem Lúcia, já tinha comércio de bebidas aqui em Olinda, na rua do Amparo. Aí ela adoeceu e me deixou responsável pelo comércio. Depois que ela faleceu, há 11 anos, continuei e estou até hoje.

Como a bebida se popularizou? A que atribuem o sucesso?

Eu aprendi a receita do Axé com uma pessoa especial. Aí fiz alguns ajustes na antiga receita, com outras ervas, e assim ele se tornou um “blend” de sucesso, com esse sabor exclusivo da Casa do Axé.

O Axé mistura diferentes elementos, o que compõe sua fórmula?

Essa fórmula irresistível e exclusiva é composta por diversas ervas aromáticas guaranás em grãos, cachaça e mel.

De uma fabricação caseira, passou a ser industrial. Como foi essa mudança?

Continuo sendo dona do Axé, mas, hoje, terceirizamos sua produção, embora continuemos a fazer supervisão e distribuição. É o mesmo licor Axé de Fala, porém, com registro e produzido de acordo com as instruções normativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Durante o Carnaval, vendemos cerca de mil garrafinhas por dia e fazemos vendas para todo o Brasil e até para o exterior.

Reza a lenda que quem vier a Olinda e não prova o licor Axé de Fala da Casa do Axé não esteve em Olinda!

Sobre o documentário

Olinda é uma cidade de terreiros, de forte presença negra e de tradições medicinais e ritualísticas, que foram combinadas na criação de uma bebida, o Axé. A versão produzida na Casa do Axé, que faz sucesso o ano todo – e especialmente no carnaval – é apresentada por Shirley, filha de Dona Carmem, a criadora da receita, e por seu marido Pitta, os atuais produtores.