A política pública para as bandas de música no Brasil foi o tema debatido, no dia 28/10, por Dario Sotelo (Professor e regente de banda, Escola Municipal de Música de São Paulo), Mônica Giardini (Regente, Banda Sinf. Jovem Estado de São Paulo, Banda Sinf. Paulista), Joel Barbosa (Professor de Clarineta e Banda de Música, Escola de Música da UFBA), Humberto ‘Bembem’ Dantas (Pres. Associação Musical e Cultural do RN – AMUSIC, e regente Filarmônica 24 de Outubro de Cruzeta) e Marcos Sadao Shirakawa (maestro/coordenador musical Inst. Relfe, diretor artístico Banda Sinf. do Exército). A mediação será de Marcelo Jardim (vice-diretor da Escola de Música da UFRJ e Coordenador Projeto Bossa Criativa). Transmitido em forma de live pelo canal Arte de Toda Gente no Youtube, o encontro serviu também para a chamada para o 3º Simpósio de Bandas Funarte – UFRJ.
As primeiras bandas de música brasileiras surgiram no Rio de Janeiro, no século XVIII, sendo seguidas – a partir de 1831 – pelas bandas militares, que ajudaram a espalhar essa arte pelo país. Ao longo do século XX, as bandas se transformam em uma das mais populares manifestações da cultura nacional: onde havia um coreto, existia uma bandinha, orgulho da cidade. Nas Bandas, formaram-se músicos profissionais e amadores, eruditos e populares, como Patápio Silva, Anacleto de Medeiros e Altamiro Carrilho, entre muitos outros. Esses conjuntos propiciaram também a criação de novos gêneros musicais e de vasto repertório de chorinhos, marchas e dobrados.
Com o desenvolvimento da cultura de massa, porém, essa rica e alegre tradição brasileira começou a correr sério risco de extinção. Era necessário realizar uma política de Estado para apoiar o desenvolvimento desse trabalho e, com esse objetivo, em 1976, foi criado o Projeto Bandas de Música da Funarte. (fonte: Funarte). No debate, os especialistas abordarão o panorama atual desses conjuntos e dos projetos a eles relacionados.
**Os participantes da live:**
**Dario Sotelo** é regente da Banda Sinfônica e professor de regência de banda da Oficina de Dario Sotelo de Regência da Escola Municipal de Música de São Paulo. Foi o Presidente da WASBE – World Association of Symphonic Bands and Ensembles, de 2017 a 2019, sendo o primeiro latino-americano a ocupar essa posição. Como regente, vem atuando em vários países, como Hungria, Austrália, Alemanha, Inglaterra, Espanha, África do Sul, Colômbia, Uruguai, Costa Rica, Paraguai, Argentina e Taiwan. Estabeleceu e coordenou as I e II edições da Conferência Íbero-Americana de Compositores, Arranjadores e Regentes de Banda Sinfônica. Estabeleceu e coordenou o Seminário Nacional de Regentes de Banda de 2013 a 2017. Organizou também a 1a. Semana de Composição para Banda, I e II Edições do Concurso Nacional de Composição para Banda. Escreveu cinco espetáculos infantojuvenis para projetos direcionados às escolas públicas. Foi Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra de Sopros Brasileira por 25 anos, o conjunto que gravou sete CDs com obras brasileiras sob sua regência. Em 2019 organizou e coordenou a Conferência Mundial da WASBE, na cidade de Buñol, Espanha.
**Joel Barbosa** iniciou seus estudos na Banda da Guarda Mirim de Piracicaba, SP. Graduou-se em clarineta pelo Conservatório de Tatuí, e obteve os graus de bacharel pela Unicamp e de mestrado e doutorado pela University of Washington. É professor de clarineta e da banda de música da Escola de Música da UFBA. Tem atuado como clarinetista, professor e regente de banda em diversos festivais, sendo autor do método Da Capo para banda. Também tem realizado trabalhos relacionados a banda de música no ensino básico, ONG, CAPS e projetos governamentais. Seus trabalhos de pesquisa têm sido apresentados e publicados, principalmente, na ISME, ABEM, ANPPOM, UFBA, Projeto Guri e Editora Keyboard.
**Mônica Giardini** é doutora e mestre pela USP, com formação em piano, e bacharel em violão e Pedagogia Plena. Participou como regente de diversas conferências e congressos de Bandas Sinfônicas no Brasil, África do Sul e Argentina, e como regente adjunta da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo. É regente titular da Banda Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo (BSJESP), da Banda Sinfônica Paulista, e atua como clinician (professora e conferencista) do Sopro Novo Bandas, da Yamaha do Brasil, tendo escrito e publicado o Caderno de Regência da coleção deste projeto.
**Humberto Carlos “Bembem” Dantas**, nascido em Acari- RN Seridó potiguar, é
filho de mãe musicista e vem de uma família de agricultores. Aos 10 anos iniciou nos solfejos com o mestre Urbano Medeiros, em São José do Seridó, na Filarmônica Justino Dantas onde tocou trompete. Em 1988, assumiu a pedido do maestro Ubaldo Medeiros, a recém-fundada Filarmônica 24 de Outubro de Cruzeta, uma das Bandas mais populares do país.
Autodidata por opção, fundou e regeu várias bandas e tem se destacado principalmente pela luta em defesa das bandas de música do RN, se preocupando com o universo de sua atuação, cultural, artístico, educacional, social e gestão.
Criou o projeto Bandas Filarmônicas da Juventude (Governo do RN/ Banco Mundial) onde implantou ou potencializou através de Associações socioculturais, cerca de 90 Bandas. Atualmente, além da coordenação técnica do projeto e presidente da Associação Musical e Cultural do RN (AMUSIC), entidade gestora do projeto de Cruzeta e dar suporte às bandas do estado.
Com uma bagagem profissional de 35 anos de experiência no universo da música, o maestro **Marcos Sadao Shirakawa** compartilha seu conhecimento com o Instituto Relfe desde agosto de 2017. Ele tem uma equipe de professores de teoria e prática musical que são todo o suporte às crianças e adolescentes beneficiados gratuitamente pelo projeto. Além disso, ele é o regente da Banda Sinfônica e da Orquestra do Instituto Relfe, que tem apresentado um repertório que une o erudito e o popular em diferentes eventos.
**Marcelo Jardim** é diretor artístico e vice-diretor da Escola de Música da UFRJ, professor de Regência de Banda e Prática de Orquestra e diretor musical da Orquestra de Sopros da UFRJ. Atua também como professor orientador do PROMUS – Programa do Mestrado Profissional em Música da UFRJ. É Doutor em Práticas Interpretativas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, e Mestre e Bacharel em Regência e Práticas Interpretativas pela UFRJ. É diretor executivo dos Projetos Funarte-UFRJ, com abrangência nacional, o que inclui o Sistema Nacional de Orquestras Sociais do Brasil. É consultor artístico e coordenador pedagógico dos cursos de capacitação para regentes e instrumentistas de bandas de música, Painéis Funarte de Bandas de Música, realizados pela Fundação Nacional de Artes, e responsável pelo Projeto de Edições de Partituras para Banda.