Está no ar, no canal Arte de Toda Gente, no Youtube, o primeiro vídeo do *Sarau Um Novo Olhar*. Composto por dois vídeos com apresentações de diversas áreas artísticas e com artistas com deficiência de diferentes estados do Brasil, o sarau inclui recursos de acessibilidade: interpretação em libras, audiodescrição e legendagem. O programa do primeiro vídeo traz as poesias em Libras de Catharine Moreira (Santos/SP) e Leo Castilho (São Paulo/SP), a poesia de cordel de Jorge Henrique (Nossa Senhora da Glória/SE), a música da banda GoodTime RockBand (Brasília/DF) e o teatro do ator Cleber Tolini (São Paulo/SP). No segundo, que será veiculado em breve, haverá apresentações de música, poesia surda e artes circenses
**Os Artistas**
**Catharine Moreira** (foto acima) atua como multiartista em diferentes projetos e trabalhos que relacionam as várias linguagens artísticas do corpo com a linguagem libras, como poesia, teatro, performance, música, dança e cinema. Ela já se apresentou em vários eventos da comunidade surda, como slams e festivais nacionais e internacionais de arte, cultura e literatura surda. Trabalha, também, como tradutora e consultora surda na esfera artística e em cinema. No sarau, ela interpreta seu poema *Raiz – Preconceito Guloso*.
**Jorge Henrique** é professor e poeta natural de Nossa Senhora da Glória (SE). Ele é mestre em Letras pela Universidade Federal de Sergipe, membro fundador e primeiro presidente, da Academia Gloriense de Letras (2012) e membro fundador da Academia Sergipana de Cordel (2017). É o autor de *Mutante in Sanidade* (poemas, 2001), *Glória Cantada em Versos* (Cordel, 2008), *A Polidez no Discurso Sobre a Inclusão da Pessoa Com Deficiência na Escola* (2016), *Dominguinhos: na sanfona, os acordes da inclusão* (Cordel, 2020) e *Parábola da Verdade e da Mentira: explicando a Fake News* (Cordel, 2020) – este último, obra que interpreta em nosso sarau.
A **GoodTime RockBand** é uma banda brasiliense formada por meninos no espectro autista e com deficiência intelectual. Em sua formação estão João Daniel, JD (vocal), João Henrique, JH (bateria), Daniel Rattes (guitarra) e Marcelo Bacelar (baixo). O grupo foi criado após JD, JH e Marcelo e não tem nenhum outro intuito além de tocar rock e fazer música. A banda é tanto um meio terapêutico, como um objetivo de vida para esses meninos. No *Sarau Um Novo Olhar*, eles interpretam as músicas *Meaning of life* (João Henrique Lopes e Daniel Rattes), *Que país é esse* (Renato Russo) e *À sua maneira* (Capital Inicial).
**Leonardo Castilho**, o Leo, 33 anos, surdo desde aos 10 anos, é ator e performer, educador, ativista, MC e produtor. Ele é um dos idealizadores e responsável pela festa Vibração, Bloco Vibramão – Carnaval e produtor da Sencity Brasil, de festas para a comunidade surda de São Paulo, de festa do Festival de Folclore Surdos e produtor/artista do Festival Clin D’Oeil (França). Leo também faz parte da empresa GDAF (EUA). Desde 2005, ele atua no setor Educativo do MAM-SP, como produtor de Acessibilidade, assistente e professor de Performance e Corposinalizante do Programa Igual Diferente. O projeto Corposinalizante foi premiado com o 1º lugar no Prêmio Darcy Ribeiro 2009 (IPHAN/MinC). O artista é ainda MC do Slam do Corpo e foi repórter em Libras para Multishow no Rock in Rio 2017, no qual interpretou as músicas em libras no Palco Sunset dos shows da Liniker e Banda Baiana System. No sarau, Leo interpreta seu poema Mundo Invisível.
Ator e produtor cultural, **Cleber Tolini** tem baixa visão e é formado pela Fundação das Artes de São Caetano do Sul, atuou em diversas peças publicitárias e fez algumas participações em séries de TV, mas seus principais trabalhos se concentram em teatro e acessibilidade. Em seu currículo, estão espetáculos como *A Saga da bruxa Morgana e a família real*, *Hamlet ao molho picante*, *Comida dos astros* e *O menino e a cerejeira*. Atualmente, é produtor e atua na comédia documental *O Subnormal – Uma história de baixa visão*, que nos apresenta no *Sarau Um Novo Olhar*. Nela, qual narra a sua trajetória e experiência. A peça já percorreu diversas cidades do Brasil e, também, festivais, com várias premiações e indicações e uma participação em um Festival de Monólogos em Nova Iorque.