Duas lives, nos dias 24 e 26 de agosto, ambas às 19h, marcaram o lançamento do Viva Ouro Preto VR – iniciais de virtual reality, ou realidade virtual, em inglês –, uma vídeo-experiência que une performance musical, visual e documentário em forma de realidade virtual cinemática (com visão em 360º). O foco é a valorização do Patrimônio Histórico e Cultural da cidade mineira. O vídeo é uma iniciativa do Projeto Bossa Criativa – Arte de Toda Gente e é resultado de pesquisas aplicadas e da atuação conjunta de dois Programa de Pós graduação Profissional da UFRJ, o de Mídias Criativas (PPGMC), da Escola de Comunicação, e o de Música (PROMUS) da Escola de Música, com participação do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (LAMCE) da COPPE, também da universidade. As lives serão transmitidas pelo canal Arte de Toda Gente, no Youtube.
A obra mescla documentário, efeitos visuais e som espacializado (ambissônico*) numa experiência pensada para estimular a valorização do patrimônio histórico e cultural. Ouro Preto é a primeira cidade contemplada, mas a ideia é que obras inovadoras com essas mesmas características multissensoriais, unindo performances musicais e audiovisuais, possam ser criadas para outras cidades patrimônio contempladas no Projeto Bossa Criativa (veja a relação completa das cidades e mais informações sobre elas aqui no site, na aba Patrimônio).
*( formato que reproduz além do plano horizontal, cobrindo as fontes de som acima e abaixo do ouvinte, de forma que o ouvido humano tenha uma experiência imersiva )
A primeira das duas lives de lançamento buscou destacar a parceria firmada entre diferentes centros de referência da UFRJ, unindo diversas expertises de professores, alunos e técnicos para atender à demanda de criação inovadora do Projeto Bossa Criativa. Na segunda, especialistas nas áreas de patrimônio histórico e cultural, realidade virtual, comunicação e produção cultural discutiram sobre como a realidade virtual pode ser uma grande aliada para estimular a valorização do patrimônio, além de comentar as escolhas inovadoras aplicadas no vídeo Viva Ouro Preto VR.
Participantes
No dia 24, debateram o tema Parcerias inovadoras no Projeto Bossa Criativa:
Denise Freire, Pró-reitora de pós graduação e pesquisa da UFRJ
Marcelo Jardim, Coordenador do Bossa Criativa
Aloysio Fagerlande, Coordenador do PROMUS
Gerson Cunha, LAMCE/COPPE
Luciano Saramago, coordenador do Laboratório de Mídias Criativas do PPGMC
Katia A. Maciel, mediadora (coordenadora do PPGMC)
Já no dia 26, a discussão sobre o tema A Realidade Virtual e Patrimônio Cultural contou com:
Leonidas de Oliveira, Secretário de Cultura do Governo de Minas Gerais;
Francisco Almendra, realizador e sócio-diretor do Studio Kwo, especializado em VR
Luciano Saramago, diretor de imagem e pós-produção de efeitos visuais do Viva Ouro Preto VR
Katia A. Maciel, roteirista e produtora-executiva do Viva Ouro Preto VR
Mudança de planos
Eduardo Martino, responsável pela fotografia, explica que o vídeo foi concebido inicialmente para ser projetado dentro de um domo (tenda em formato de cúpula) em uma praça pública de Ouro Preto. Com o isolamento, porém, foi preciso adaptar o projeto. “Passamos alguns dias percorrendo a linda cidade, fazendo todos os registros a partir desse conceito, mas voamos de volta ao Rio de Janeiro diretamente para dentro da quarentena”, conta Eduardo. “De uma certa forma, tivemos sorte de poder ter feito os registros, porque dali para frente, tudo mudou. O produto foi repensado várias vezes e, finalmente, chegamos a esse formato final, que se baseia nas ideias originais, mas traz outras interessantes inovações que surgiram ao longo desse processo, com a equipe dedicada e colaborando à distância”, relata.
Kátia Maciel, coordenadora do Mestrado em Mídias Criativas da UFRJ, é a roteirista e produtora-executiva do vídeo. “Criar o roteiro e acompanhar toda a produção do vídeo Viva Ouro Preto VR foi muito estimulante!”, diz ela. “Tive que escrever pensando Cinematic VR, fotografia still e vídeo flat, áudio ambissônico… uma experiência imersiva completa. De início, seria uma projeção mapeada interativa e multissensorial. O projeto precisou ser repensado e a equipe do Lamce/Coppe, com simulações computacionais foi fundamental nesse processo. Outras ideias surgiram a partir da análise das músicas criadas no PROMUS e das filmagens em 360 e em 2D. Optamos por trabalhar com as fotografias do Eduardo Martino e efeitos visuais”, explica. “A gente não queria produzir mais um ‘tour virtual’. Buscamos criar uma experiência mesmo, capaz de mexer com os sentidos, com as emoções, gerar novas memórias, engajamento e curiosidade. E, sobretudo, contribuir para a valorização do incrível tesouro que é o Patrimônio histórico e cultural de Ouro Preto”, afirma.
Kátia enfatiza a importância da parceria entre os programas de pós-graduação profissionais da UFRJ para essa iniciativa: “Unimos expertises das áreas de Mídias criativas/Comunicação, Música e Métodos Computacionais. Gente que entende de melodias com gente que trabalha com redes neurais; comunicadores com programadores e músicos. Imagina o caldeirão de ideias e possibilidades!”, comemora.
Participam do Viva Ouro Preto VR:
Roteiro e produção criativa: Katia A. Maciel
Direção: Luciano Saramago
Fotografia: Eduardo Martino
Produção em cinematic VR: Ranz Ranzenberger
Produção local: Luciana Praxedes e Renata Castro
Efeitos visuais e pós-produção: Alberto Moura e Luciano Saramago
Direção musical: Aloysio Fagerlande
Som espacializado: Eduardo Martino
Direção de Tecnologia e Programação: Gerson Cunha e Célia Lopes
Coordenação Geral: Marcelo Jardim
Locução: Andréa Testoni
Malabarista: Jocasta Roque
Consultor: Ângelo Oswaldo
Músicas:
Daniel Miranda – Viola, voilà, com Daniel Miranda, viola de 10 cordas
Túlio Mourão e Elísio Freitas – Variações sobre um tema de Milton Nascimento, com Túlio Mourão, piano; Elísio Freitas, guitarra.
Lindembergue Cardoso – 9 Variações para fagote e orquestra, com Aloysio Fagerlande, fagote; Orquestra Sinfônica da UFRJ, reg. Aylton Escobar
Paulo Sá/Daniel Miranda – Bach no Cariri (sobre as Variações Goldberg, J. S. Bach) com Duo Barroqueando: bandolim – Paulo Sá, viola – Daniel Miranda
Henrique Oswald – Elegia, para orquestra sinfônica, com a Orquestra Sinfonica da UFRJ, reg André Cardoso.
No alto da página: Igreja de São Francisco de Assis – Foto Eduardo Martino