Dia 25 de maio, no Teatro Dulcina, a Mostra Bossa Criativa Arte de Toda Gente Rio de Janeiro recebeu o lançamento do livro Panorama da Ópera do Brasil (reprodução da capa ao lado), de Cláudio Figueiredo e Nubia Melhem. A obra conta para o público não especializado a trajetória do gênero no país, desde o período colonial até o século XX. Na mesma noite, foi também apresentado o concerto Cortina Lírica, programado para a Mostra pelo Sistema Nacional de Orquestras Sociais – Sinos. Nele, os músicos Sophia Dornellas (soprano), Guilherme Moreira (tenor) e Priscila Bomfim (piano) interpretaram obras famosas, como Romeo e Julieta e La Bohème. A apresentação foi gratuita.
Sobre o livro
Fruto do trabalho criterioso do jornalista, tradutor e escritor Cláudio Figueiredo e da pesquisadora e editora Núbia Melhem Santos, Panorama da Ópera do Brasil reúne cerca de 100 imagens – entre fotografias, pinturas e gravuras –, a publicação aborda desde as primeiras encenações públicas nas ruas das cidades até os anos 2000. Entre as imagens, estão as de personalidades relacionadas à opera, monumentos históricos e de projetos de cenários e cortinas (panos de boca), como o do Real Theatro de São João (atual Teatro João Caetano, no Centro do Rio de Janeiro), pintado pelo artista francês Jean-Baptiste Debret.
Ao traçar esse panorama, que mostra como o Brasil absorveu e transformou uma forma de arte eminentemente europeia, o livro desvenda qual público assistia às óperas, quem as interpretava, como eram os teatros, onde eram apresentadas e quais eram a função e o papel simbólico dessas casas de espetáculo nas cidades brasileiras. O leitor vai se deleitar ao descobrir o que significava ir ao teatro para assistir a uma ópera no Brasil do século XVIII e do século XIX e o que mudou nos hábitos e nas expectativas das plateias ao longo dos séculos.
O livro, com edição da Funarte, tem 288 páginas e é vendido por R$ 50,00.
O concerto Cortina Lírica e seu programa
Os cantores Sophia Dornellas (soprano, à esquerda) e Guilherme Moreira (tenor, à direita), acompanhados pela pianista Priscila Bomfim (mais abaixo), interpretaram as seguintes obras:
W. A. Mozart – Ópera Le nozze di Figaro – “Deh Vieni non tardar”
W. A. Mozart – Ópera Cosi fan tutte – “Tradito schernito”
Gaetano Donizetti – Ópera Don Pasquale – “Quel guardo il cavalieri”
Gaetano Donizetti – Ópera L’elisir d’amore – “Una furtiva lagrima”
João Guilherme Ripper – Ópera Piedade – “É preciso morrer”
Tim Rescala – Ópera O Engenheiro – “O nosso mundo está ruindo”
Charles Gounod – Ópera Fausto – “Salut! demeure chaste et pure”
Charles Gounod – Ópera Romeo e Julieta – “Je veux vivre”
Giacomo Puccini – Ópera La Bohème – “Si, mi chiamano Mimi”
Giacomo Puccini – Ópera La Bohème – “O Soave Fanciulla”
Sobre os autores do livro:
Cláudio Figueiredo é jornalista e tradutor. Trabalhou no Jornal do Brasil e na TV Globo. É autor de Entre sem bater: a vida de Aparício Torelly, o Barão de Itararé, finalista do Prêmio Jabuti 2012, categoria Biografia). Coautor dos livros O porto e a cidade: O Rio de Janeiro entre 1565 e 1910 (Prêmio Jabuti 2006 na categoria Arquitetura e Urbanismo, Fotografia, Comunicação e Artes) e Theatro Municipal do Rio de Janeiro: um século em cartaz (2011).
Nubia Melhem Santos é pesquisadora e editora com formação em Letras. Publicou, como organizadora e pesquisadora, Era uma vez o Morro do Castelo (2000); Burle Marx: jardins e ecologia (2002); O porto e a cidade: o Rio de Janeiro entre 1565 e 1910 (Prêmio Jabuti 2006 na categoria Arquitetura e Urbanismo, Fotografia, Comunicação e Artes); Theatro Municipal do Rio de Janeiro: um século em cartaz (2011); e Amazônia das palavras (2020). Fez o argumento do filme Marcia Haydée: uma vida pela dança (2019).
Imagem de abertura: Sophia Dornellas (soprano), Guilherme Moreira (tenor) e Priscila Bomfim (piano) – fotos de Henrique Koifman