Obras inéditas são destaque no Concerto Sinos 9

Já está disponível para você assistir aqui no site (https://sinos.art.br/concertos-sinos/AGUIAR-ASSAD-E-KRIEGER) o vídeo com o *Concerto Sinos 9*. Gravado em dezembro de 2020 no Teatro Leopoldo Miguez, no Rio, o concerto reúne obras inéditas de Edino Krieger, Ernani Aguiar e Clarice Assad, interpretadas pelas cordas da Orquestra Sinfônica da UFRJ, regidas por André Cardoso. A apresentação conta, também, com breves introduções das peças feitas por seus autores.

No *Concerto Sinos 9*, você vai conhecer as seguintes obras:

*Toada*, de Edino Krieger, escrita originalmente para violino e piano em 1956 e agora transcrita para orquestra, especialmente para o projeto;

*Dois Lundus*, com a qual Ernani Aguiar dá continuidade à série de obras escritas para o que chama de “orquestra escola”, abordando agora uma das danças brasileiras do século XVIII;

E as *Três Pequenas Variações sobre “A Maré Encheu”*, da compositora carioca Clarice Assad, que estruturou sua obra a partir de um conhecido tema folclórico brasileiro.

**Quem são os compositores:**

**Edino Krieger** (na foto anterior) nasceu em Brusque, Santa Catarina, a 17 de março de 1928. Iniciou o estudo do violino aos sete anos, com seu pai, o compositor e maestro Aldo Krieger. Aos 15 transferiu-se para o Rio de Janeiro, para prosseguir sua formação como violinista no Conservatório Brasileiro de Música, onde conheceu H. J. Koellreutter, que o iniciou na composição. Em 1945, passou a integrar o Grupo Música Viva.

Em 1948, foi escolhido em concurso para estudar com Aaron Copland, no Berkshire Music Center de Massachussets, EUA, onde assistiu também a aulas de Darius Milhaud. Estudou ainda na Juilliard School of Music, de Nova Iorque com Peter Mennin (composição) e na Henry Street Settlement School of Music com William Nowinsky (violino). Representou a Juilliard no Simpósio de Compositores dos Estados Unidos e Canadá realizado em Boston, e atuou como violinista da Mozart Orchestra de Nova Iorque. Completou sua formação como compositor com Ernst Krenek no III Curso Internacional de Verão de Teresópolis (1952) e com Lennox Berkeley, na Royal Academy of Music.

Foi produtor e diretor musical da Rádio Ministério da Educação, crítico musical na Tribuna da Imprensa e no Jornal do Brasil, idealizador e organizador dos Festivais de Música da Guanabara (1969/70) e das Bienais de Música Brasileira Contemporânea. Em 1976, assumiu a direção artística da Funterj – Fundação de Teatros do Rio de Janeiro. Em 1979, criou o Projeto Memória Musical Brasileira/PRO-MEMUS, junto ao Instituto Nacional de Música da Funarte. Foi presidente da Funarte, da Fundação Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro e da Academia Brasileira de Música. Foi agraciado com diversos prêmios e honrarias, como a Comenda da Ordem Cultural do Ministério da Cultura e Belas Artes da Polônia (1985), a Medalha do Mérito Cultural Anita Garibaldi, do Estado de Santa Catarina (1986), o Prêmio Nacional da Música do Ministério da Cultura (1994) e Medalha Pedro Ernesto, da cidade do Rio de Janeiro.

Como compositor obteve o primeiro prêmio no I Concurso Nacional de Composição do Ministério da Educação, com o *Divertimento para cordas* (1959). Em 1961 seu *Quarteto de cordas nº1* obteve o Prêmio Nacional do Disco. Em 1965, suas *Variações Elementares* foram estreadas no III Festival Interamericano de Música de Washington e no ano seguinte seu *Ludus Symphonicus* foi estreado pela Orquestra de Filadélfia no III Festival de Música de Caracas, Venezuela. Seu catálogo inclui obras para orquestra sinfônica e de câmara, oratórios, música de câmara, obras para coro e para vozes e instrumentos solistas, além de partituras incidentais para teatro e cinema. Para orquestra de cordas são a *Suíte* (1954) e obras concertantes como o *Choro para flauta* (1952), a *Brasiliana para viola* (1960) e o *Pequeno concerto para violino* (2008).

![Ernani Aguiar 2015.jpg](https://admin.sinos.art.br/uploads/Ernani_Aguiar_2015_b2ae29e1e2.jpg)

**Ernani Aguiar** (1950, na foto acima) iniciou os estudos musicais na Escola de Música Santa Cecília, em Petrópolis. A partir daí, foi aluno de Paulina D’Ambrosio (violino), César Guerra-Peixe (composição) e Carlos Alberto Pinto Fonseca (regência). Em Buenos Aires, foi bolsista do Mozarteum Argentino, onde estudou com Sérgio Lorenzi. No Conservatório Cherubini, da cidade de Firenze, na Itália, foi aluno de Roberto Michelucci (violino) e de Annibale Gianuario (regência). Ainda na Europa, fez cursos de aperfeiçoamento em regência com Adone Zecchi, Franco Ferrara e Sergiu Celibidache.

De volta ao Brasil, fundou e dirigiu o Madrigal Ars Gótica e o Coral Municipal de Petrópolis, conjuntos para os quais criou parte significativa de sua produção para coro misto, como o Salmo 150 (1975), uma de suas composições mais executadas internacionalmente, o tríptico mariano *In Honorem Beatissimae Mariae Virginis* (1979) e as séries de *Motetinos* (1980-86).

Foi coordenador do Projeto Espiral da Funarte, professor do Instituto Villa-Lobos da Unirio e regente assistente das orquestras Sinfônica Nacional da Rádio MEC e Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro. Como regente, tem sido responsável por inúmeras estreias de obras contemporâneas e pelo registro da produção do passado, com destaque para a obra do Padre José Maurício Nunes Garcia (1767-1830). É professor de regência e prática de orquestra da Escola de Música da UFRJ, além de diretor artístico e regente da Orquestra Sinfônica da UFRJ. É membro da Academia Brasileira de Música.

Ernani Aguiar se destaca por sua produção para orquestra de cordas, em especial as séries *Quatro Momentos e Instantes*, além de *Concertazione I* (1979), *Música para cordas* (2003), *Sinfonietta Terza* (2005), *Sinfonietta Quinta* (2005) e *Introdução, Noturno e Final* (2011). No terreno sinfônico sobressaem as sinfoniettas *Prima* (1990) e *Seconda “Carnevale”* (2002), a *Abertura em Fanfarras* (2005) e a *Abertura Quarta* (2010). Coro e orquestra se juntam na *Missa Brevis IV* (1991), nos *Cantos Sacros para Orixás* (1994) e no *Te Deum* (2000), além da ópera infantil *O Menino Maluquinho* (1993).

![ClariceAssad_AP2_9091.jpg](https://admin.sinos.art.br/uploads/Clarice_Assad_AP_2_9091_3d4a22ad56.jpg)

Nascida no Rio de Janeiro (1978), **Clarice Assad** (na foto acima) é bacharel em música pela Roosevelt University, em Chicago, Illinois, e mestre em música pela Escola de Música da Universidade de Michigan, onde estudou com Michael Daugherty, Susan Botti e Evan Chambers. É uma das compositoras brasileiras de música de concerto mais executadas de sua geração, inclusive por orquestras internacionalmente aclamadas, como a Philadelphia Orchestra, Tokyo Symphony, Queensland Symphony e Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.

Atuou como compositora residente na The Albany Symphony, no Festival Cabrillo de Música Contemporânea, na New Century Chamber Orchestra e na Boston Youth Orchestra. Recebeu vários prêmios, incluindo o Aaron Copland Award, ASCAP em composição, o Morton Gould Young Composer Award, a Van Lier Fellowship, a Franklin Honor Society Award, o Samuel Ostrowsky Humanities Award, o programa New Music Alive Partnership da League of American Orchestras e um McKnight Visiting Composer Award. Recebeu também numerosas encomendas de instituições como o Carnegie Hall, Sociedade de Música de Câmara do Lincoln Center, OSESP, Chicago Sinfonietta, Boston Youth Orchestra, General Electric, Sybarite5, conjunto Metropolis, Vail Music Festival, Queen Reef Music Festival e La Jolla Music Festival.

Como artista já se apresentou em salas e festivais como Concertgebow de Amsterdã, o Carnegie Hall e o Metropolitan Museum of Art de Nova York, o Le Palais des Beaux-Arts da Bélgica, o Casino de Paris, o Jazz at Lincoln Center e o Caramoor International Jazz Festival.  Ministrou masterclasses, residências e workshops nos Estados Unidos, Europa e Oriente Médio, incluindo a Julliard School of Music, o Aarhus Conservatory of Music, Columbia College of Chicago, a Universidade de Michigan, Pratt University, Universidade de Texas e o Conservatório Real de Bruxelas.

A obra orquestral de Clarice Assad é numerosa, com destaque para *Terra Brasilis – Fantasia sobre o Hino Nacional Brasileiro* (2011) e *Saravá – Abertura para orquestra em homenagem a Vinícius de Morais* (2013), encomendadas e estreadas pela OSESP, e *Nhanderú – Abertura para orquestra* (2013), comissionada pela The Albany Symphony. Outros destaques da produção de Clarice Assad são as obras para o palco, como a *Ópera das Pedras* (2010) e o balé *Iara* (2018), e as composições  dedicadas ao violão, como *Álbum de retratos* (2012) para dois violões e orquestra, *Saci-Pererê* (2013) para violão e orquestra de câmara e o *Concerto* para dois violões e orquestra de cordas (2018).