O som da Idade Média na Mostra Arte de Toda Gente, no Rio de Janeiro

A música e os instrumentos antigos são o destaque desta semana da Mostra Bossa Criativa Arte de Toda Gente Rio de Janeiro. Na quarta-feira, dia 20, às 19h, sobe ao palco do Teatro Dulcina, no centro da cidade o Trio 3 por 8, formado por Eduardo Antonello (cravo e viela de roda), Roger Ribeiro (violino barroco, violoncello da spalla) e Pedro Hasselmann (flautas doces, whistles e gaita de fole), que apresentarão um repertório de músicas compostas na Idade Média, na Renascença e contemporâneas – mas inspiradas em peças ancestrais. O espetáculo tem ingressos gratuitos, que podem ser obtidos por meio da [plataforma virtual Sympla](https://www.sympla.com.br/produtor/httpsartedetodagentecombr). A iniciativa faz parte do programa Arte de Toda Gente – ATG, uma parceria entre a Funarte e Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, com curadoria de sua Escola de Música.

O Trio 3 por 8 – Os multi-instrumentistas Eduardo Antonello, Pedro Hasselmann e Roger Lagr se inspiraram em períodos da história em que os instrumentos musicais eram engenhosamente desenvolvidos a partir de materiais que hoje causariam surpresa – como cordas de tripa de carneiro, plectros de pena de corvo, flautas de chifre e molas de pelo de javali. E se uniram com objetivo comum de compartilhar este rico e exótico universo musical, instigando a curiosidade do público por repertórios e timbres igualmente variados.
Partindo de uma seleção de obras cronologicamente selecionadas por critério de recorte temporal, o trio contempla uma variedade de gêneros musicais começando pelas chansons medievais, danças renascentistas, sonatas barrocas, músicas de tradição oral e chegando a composições inspiradas em exemplos do passado, de autoria dos próprios integrantes do Trio.
Para isso, os três se utilizam de seu acervo de instrumentos antigos, um dos maiores do Brasil. Em suas apresentações, eles utilizam exemplares raros e praticamente desconhecidos pelo grande público (mesmo no que se refere às principais salas de concerto), mas que em outrora. em suas “épocas áureas”, foram muito populares. Este é o caso da viela de arco medieval no século XII, da gaita de foles no séc XVII e do violoncello da spalla no século XVIII.
Segundo diversos relatos históricos, a versatilidade instrumental e a capacidade de improvisação sempre foram pré-requisitos fundamentais para o desenvolvimento e capacitação de um bom músico dos séculos XIII ao XVIII. Enriquecendo a apresentação das obras musicais com comentários sobre os engenhosos mecanismos instrumentais, seus materiais característicos e timbres exóticos, o trio propõe uma apresentação colorida e leve deste rico, exótico e versátil universo musical/instrumenta.

**O programa do concerto:**

Arcangelo Corelli (1653-1713) – *Sonata Nº 7 Op. 5 em ré menor para violino* – Prelúdio & Corrente
Benedetto Marcello (1686-1739) – *Sonata Nº 6 para flauta doce e baixo contínuo* – Adagio & Ciaccona
Nicola Matteis (?- post 1713) – **Diverse bizzarrie sopra la Vecchia Sarabanda o pur Ciaccona*
Michael Praetorius (1571-1621) – *Suite de Voltas do álbum Terpsichore*
G. P. Telemann (1681-1767) – *Trio Sonata em ré menor para flauta, violino e baixo contínuo* – Allegro, Adagio, Allegro, Presto
Michel Corrette (1707-1795) – *Primeira suíte para musette ou viela de roda Op.5 – Rondeau I & II, Chaconne*
Eduardo Antonello (1987) – *A XXI Century Renaissance Piece*
 “Irish Session” – Henry McDermott Roe (Ária), Maurice Manley’s Polka, *The Hunter’s Purse (Reel)*,  *Gallaghe´s Frolic Giga*

Fotos de Ana Clara Miranda – divulgação