“O Engenheiro”, de Tim Rescala, é apresentado nos palcos do Rio e de Minas

Neste post, cenas de “O Engenheiro”, em suas récitas no Theatro Municipal e na Sala Leopoldo Miguez – fotos de Nadejda da Costa

Ópera contemporânea “O Engenheiro”, criada por Tim Rescala, é ambientada no dia da Proclamação da República, em 1889, e retrata o último dia do Império no Brasil. Encenado pela primeira vez em outubro de 2021, no Theatro São Pedro, em Porto Alegre (RS), o espetáculo chegou agora ao Sudeste, onde foi apresentada nos palcos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (24/06), da Escola de Música da UFRJ (25, 26 e 27/06), e encenada, ainda, no Teatro Santa Cecília, em Petrópolis (30/06) e no Cine-Theatro Central de Juiz de Fora (02/07), sempre com entrada franca. A obra foi encomendada a seu autor como parte da Academia de Ópera, uma das ações do Sistema Nacional de Orquestras Sociais – Sinos e sua montagem é uma iniciativa do Projeto Ópera na UFRJ, que conta com quatro unidades da universidade – as escolas de Música, de Comunicação e de Belas Artes e o Fórum de Ciência e Cultura. O Sinos integra o programa Arte de Toda Gente, uma parceria da Fundação Nacional de Artes – Funarte com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, com curadoria da Escola de Música,

A trama da ópera mostra a trajetória do engenheiro André Rebouças (1838-1898), sua proximidade com a Família Real e atuação nos bastidores do emblemático 15 de novembro, com abordagem da visão do engenheiro sobre a escravidão, das reações conturbadas ao acontecimento, até seu exílio. Ao lado de Machado de Assis e de José do Patrocínio, André Rebouças foi um dos representantes da pequena classe média negra em ascensão no Segundo Reinado e uma das vozes mais importantes em prol do abolicionismo no Brasil. Com Joaquim Nabuco e outras importantes figuras, ele ajudou a criar a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão.

O Engenheiro” tem direção musical de Inácio de Nonno, direção cênica de José Henrique Moreira e direção de movimento de Marcellus Ferreira. O espetáculo conta com a participação da Orquestra Sinfônica da UFRJ, com regência de André Cardoso (foto ao lado), que divide o pódio com Diana Sosa e Rafael de Miranda, ambos alunos do curso de Regência Orquestral da UFRJ. A direção geral do projeto é dos professores Andrea Adour, Homero Velho e Lenine Santos.

A encomenda e o projeto

A ópera “O Engenheiro” foi uma encomenda do projeto Sinos ao compositor Tim Rescala, como parte de um programa que inclui ainda demandas a outros autores: Eli-Eri Moura, da Paraíba, André Memahri, de São Paulo e João Guilherme Ripper, do Rio de Janeiro. O Projeto Ópera na UFRJ, atuante na UFRJ há mais de duas décadas, é apoiado pelo Programa de Apoio às Artes da UFRJ (coordenado pelo Fórum de Ciência e Cultura), e para esta produção foi também contemplado pelo edital “Municipal em Cena”, do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e Secretaria Estadual de Cultura, pelo Programa Educação Digital Inclusiva, da FAPERJ, pela Funarte, pelo Projeto SINOS através da parceria com a UFRJ, além de contar com a parceria com a Casa da Ciência da UFRJ para o desenvolvimento das ações pedagógicas relacionadas.

O compositor

Um dos mais ativos e premiados compositores brasileiros da atualidade, Tim Rescala (foto) estudou na Escola de Música da UFRJ, na Escola de Música Villa-Lobos e na Instituto Villa-Lobos da UNIRIO. Foi aluno de Hans-Joachim Koellreutter, com quem estudou composição, contraponto e arranjo. Entre os prêmios que já recebeu estão Mambembe, Shell, Coca-Cola, APTR, CBTIJ entre tantos outros. Com uma ativa carreira em diversos segmentos, atua regularmente como regente convidado, no Brasil e no exterior, com orquestras ou festivais de música com ênfase na música contemporânea. Suas composições estão em teatros, parques, filmes, seriados e novelas, sendo hoje um dos grandes nomes das trilhas sonoras para televisão e cinema.

O elenco

André Rebouças: Iago Cirino, Paulo Maria
Baronesa de Muritiba: Erika Henriques, Giovanna Toscano, Julia Riera
Conde D’Eu: Rafael Nascimento, Rômulo Nicolay
Francisco: Jessé Bueno, João Campelo
Guarda do Palácio: Moisés Santos Ribeiro
Joaquina: Dani Sardinha, Kássia Lima
Manoela: Mariana Leandro
Princesa Isabel: Carolina Morel, Gabriela Meira, Sarah Saloto
Visconde da Penha: Cristóbal Rioseco, Renato Lima

Orquestra Sinfônica da UFRJ – Direção Artística de André Cardoso e Ernani Aguiar

As apresentações

24/06 (sexta) às 19h – Theatro Municipal do Rio de Janeiro – Entrada franca

25/06 (sábado) às 17h – récita 1 – Escola de Música da UFRJ, salão Leopoldo Miguez – Entrada franca

26/06 (domingo) às 17h – récita 2 – Escola de Música da UFRJ, salão Leopoldo Miguez – Entrada franca

27/06 (segunda) às 19h – récita 3 – Escola de Música da UFRJ, salão Leopoldo Miguez – Entrada franca

30/06 (segunda) às 19h – Teatro Santa Cecília, em Petrópolis (RJ) – Entrada franca

02/07 (sábado) às 19h – Cine-Theatro Central de Juiz de Fora