Música que encurta distâncias

Ela, cantora, compositora e instrumentista; ele, violoncelista e cantor, violonista e arranjador. Reunidos virtualmente, Ceumar e Lui Coimbra são as estrelas doe um pocket show “bi-estadual” aqui no projeto Bossa Criativa – Arte de Toda gente. No roteiro, cantam e tocam juntos, e também separados, composições suas com parceiros. E mostram que um dueto pode funcionar bem, muito bem, mesmo que os artistas estejam a centenas de quilômetros um do outro – ela, em Itanhandu, Minas Gerais; ele no Rio de Janeiro. A música encurta distâncias.

Em 25 anos de carreira, Ceumar gravou oito discos, a começar pelo álbum Dindinha, de 1999, com produção de Zeca Baleiro, e tendo Espiral (2019) como seu trabalho mais recente. Ela aprendeu as primeiras notas no violão com seu pai, e se inspirou na bela voz de sua mãe para cantar também. Depois, estudou violão clássico e de canto em Belo Horizonte e São Paulo e morou seis anos na Holanda, fazendo vários shows e performances, ali e também na Alemanha, Bélgica e Hungria. Entre seus parceiros mais constantes, estão Alice Ruiz, Dante Ozzetti, Tata Fernandes e Flávio Tris, entre outros.

Já Lui Coimbra tem na carreira participações em discos de nomes ilustres da MPB, como Ney Matogrosso, Paulinho Moska, Alceu Valença, Gilberto Gil e Caetano Veloso e integrou os grupos Aquarela Carioca e Religare e a Orquestra Popular de Câmara. Iniciando sua carreira solo, como cantor e compositor, em 1997, ele combina a erudição do violoncelo com a pluralidade dos sons e matizes brasileiros, pesquisando baticuns, canções, cirandas e poemas e colocando, na mesma roda, Capiba e Quintana – cujo poema Ciranda do meio do mundo ele musicou e apresenta no pocket show.

Ceumar e Lui foram parceiros no coletivo Viola Perfumosa, com o qual lançaram, juntos com o Violeiro Paulo Freire, um CD dedicado à obra da cantora Inesita Barroso, destacando as melodias e a poesia da música caipira. O lirismo e o clima bem brasileiro, aliás, dá o tom do pocket show, que ambos produziram especialmente para o projeto. “Fiquei imensamente feliz e honrado ao receber o convite para participar do Bossa Criativa – Arte de toda gente”, diz Lui Coimbra. “Nesse momento, é realmente importante reforçarmos nossos laços com nossa cultura mais genuína, nossa fonte, de onde vamos tirar todas as forças para superar os imensos desafios que todos nós, especialmente nosso setor da cultura, teremos que ultrapassar”, afirma.