Baseado no livro homônimo de Mário de Andrade, o balé Macunaíma fez sua estreia mundial em setembro de 2022, com grande sucesso. Agora, o espetáculo volta ao palco do Theatro Municipal, para mais uma curta temporada – de 14 a 17 de junho, às 19h, e no dia 18, às 17h – com Corpo de Baile e Orquestra Sinfônica da casa, em realização da Associação dos Amigos do Teatro Municipal do Rio de Janeiro – AATM, com patrocínio Ouro da Petrobras. O balé foi criado por encomenda do Sistema Nacional de Orquestras Sociais – Sinos e do projeto Bossa Criativa, que integram o Programa Arte de Toda Gente, parceria da Funarte com a UFRJ. A música foi especialmente composta pelo premiado Ronaldo Miranda; a coreografia, inédita, é de Carlos Laerte e a concepção e roteiro são de André Cardoso.
O balé, encenado em um ato e quatro quadros, tem como cenário inicial a selva amazônica, na região do rio Uraricoera, a terra natal de Macunaíma, onde vivem os índios Tapanhumas. A direção de imagem e fotografia são de Igor Correa, a regência é de Jésus Figueiredo e a supervisão artística de Hélio Bejani e Jorge Teixeira.
Temas estruturais, novas linguagens
A presidente da Fundação Teatro Municipal, Clara Paulino, ressalta a importância desse espetáculo: “Devido ao grande sucesso de Macunaíma no ano passado, decidimos trazer de volta essa obra nacional tão importante, que traz à tona a discussão sobre a questão étnica brasileira. Além disso, a realização desse balé no Theatro Municipal conta com grandes parcerias e novas linguagens, e ressaltamos o lindo trabalho trazido pelo Museu do Graffiti e do Coletivo Trouxinhas para o palco do nosso Theatro”.
Responsável pela concepção de Macunaíma, o maestro, professor da Escola de Música da UFRJ e coordenador do Projeto Sinos, André Cardoso, contextualiza o espetáculo: “Macunaíma é o mais emblemático livro do modernismo brasileiro. A versão para balé foi criada em 2022 para comemorar o centenário da Semana de Arte Moderna. O sucesso do espetáculo o traz novamente ao palco onde foi estreado, reafirmando assim a relevância da parceria entre a Funarte e a Universidade Federal do Rio de Janeiro com a Fundação Theatro Municipal. Que a parceria possa fomentar novas obras e novos espetáculos, proporcionando ao público do Rio de Janeiro o contato com a produção contemporânea” – conclui André.