Le Blanc anuncia vencedores

Em cerimônia realizada no dia 28 de maio, foram anunciados os vencedores do Prêmio Le Blanc 2021. O evento ocorreu em forma de uma live, durante a Semana Internacional de Quadrinhos (SIQ), promovida pela UFRJ, com transmissão pelo no canal Arte de Toda Gente, no Youtube. Apresentação geral foi de Gabriel Cruz, contando ainda com Andreia Fernandes (HQ e Literatura Fantástica) e Anna Gianelli (Animação e Games).

VENCEDORES 2021

GAMES

 Game Nacional favorito para PC ou Console lançado em 2020

Adore [Cadabra Games]

ANIMAÇÃO

Série de animação nacional favorita lançada em 2020 (TV ou Websérie)

 Qualquer filme pra mim tá ótimo [Beto Gomez e Rafa Rosa/Qualquer coisa pra mim tá ótimo]

Curta animado nacional favorito lançado em 2020 (Festival ou Webcurta)

De Onde Vêm os Dragões [Grace Luzzi/Zumbi Filmes]

Curta animado nacional independente lançado em 2020

TOM [Felippe Steffens]

Animação publicitária ou animação produzida para Broadcasting

He won’t hold you, Jacob [Daniel Bruson]

Longa animado nacional favorito lançado em 2020

Miúda e O Guarda-Chuva [Amadeu Alban]

QUADRINHOS

História em quadrinhos independente nacional favorita publicada em 2020

Orixás – Os Nove Eguns [Alex Mir]

História em quadrinhos nacional favorita publicada por editora em 2020

 Anel Cardinale – As Aventuras de Fabrício Bomtempo [Christian David e Ernani Cousandier/Libretos Editora]

Série nacional de tirinhas favorita lançada 2020

Hotel maravilha [Douglas Mct]

LITERATURA FANTÁSTICA

Antologia/Coletânea nacional inédita de fantasia, ficção científica ou terror favorita publicada em 2020

Terror na Amazônia [Girotto Brito (org.)]

Romance nacional inédito de fantasia, ficção científica ou terror favorito publicado em 2020

 Não Esqueça [Carol Façanha/Editora Caligari]

A seguir, em entrevista, professor Octavio Aragão (foto), da Escola de Comunicação da UFRJ e idealizador do prêmio, nos fala sobre como surgiu e qual a importância do Le Blanc.

Como surgiu a ideia do prêmio, em 2018, e por que decidiram ampliar seu escopo?

Depois de dois anos como criador e organizador da Semana Internacional de Quadrinhos da UFRJ, a SIQ, em parceria com o professor Amaury Fernandes, senti necessidade de um outro tipo de evento, algo que englobasse todas as vertentes da cultura pop que me atraíam, e não apenas as histórias em quadrinhos – que sempre foram o principal mote da SIQ. Pensei que estava na hora de dar início a uma ideia antiga: criar um prêmio geral para a cultura pop produzida no Brasil.

Como, além de designer e professor universitário, também sou escritor de literatura fantástica e quadrinista, achei natural que todas essas vertentes se juntassem em apenas um lugar. Convidei Gabriel Cruz, que veio com seu conhecimento de animação e os contatos da Universidade Veiga de Almeida – UVA; Luiz Felipe Vasques, que mescla animação e literatura fantástica; e Victor Almeida, especialista em literatura de gênero. E nós quatro estruturamos o Le Blanc como é hoje. Agora temos mais um membro, Raphael Argento, que soma todo seu conhecimento em produção e animação, e a equipe está, creio, em sua melhor fase.

Reunir os fãs dessas categorias (literatura, games e HQ) foi o detalhe responsável pelo sucesso de público que se tornou o Le Blanc. Depois do segundo ano, com público votante cada vez maior, a equipe achou por bem criar mais uma chave de votações e os games foram a área escolhida, o que nos ajuda a ter uma visão mais ampla desse tipo de produção no Brasil.

E qual é, hoje, a importância do Prêmio Le Blanc?

O Le Blanc vem ocupar um nicho pouco explorado. Premiações existem muitas, mas com a chancela de um curso de pós-graduação da UFRJ e da UVA, são poucas, creio. E agraciando games, então, colocando-os lado a lado com outras produções já consagradas nos circuitos de premiação brasileiras, como animação e HQ, é mais raro ainda.

Procuramos analisar todos os prêmios mais famosos do Brasil e cada uma de suas vertentes. Do Argos, voltado à literatura fantástica, ao HQ Mix, dedicado a quadrinhos, passando pelo Anima Mundi e até o Jabuti. Elencamos tudo que nos agradava e que achávamos possível de adequação em cada um deles. Decidimos juntar dois tipos de julgamento, um com voto popular e outro, na sequência, pelo viés de especialistas. Com isso, conseguimos um tipo de organização e seleção de obras inscritas que evita ao máximo os votos “de cabresto”, fazendo com que os melhores alcancem o pódio.

É sempre bom ver o entusiasmo dos indicados e, na cerimônia de entrega, seus discursos emocionados. Até hoje, depois de quatro anos, nunca ouvimos reclamações e, juntando ao fato de termos aumentado exponencialmente nosso número de votantes a cada ano, talvez isso seja um sinal de que estejamos fazendo tudo certo nesse sentido.

Octavio Aragão é professor adjunto da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ). Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Mídias Criativas (PPGMC/ECO/UFRJ). Pós-Doutor e pesquisador convidado do Programa de Pós-Graduação em Estudos Culturais (PACC/UFRJ), Doutor em Artes Visuais (PPGAV/EBA/UFRJ 2007), Mestre em História da Arte (PPGAV/EBA/UFRJ 2002) e graduado em Comunicação Visual (EBA/UFRJ 1986). Pesquisador do Núcleo de Estudos em Narrativas Visuais e Transmídias (NaVT/ECO/UFRJ). Ex-professor do Departamento de Desenho Industrial da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES (DDI/UFES 2006/2009), onde foi organizador do núcleo de ensino à distância (ne@ad/UFES 2008/2009).

O prêmio e seus finalistas

O Prêmio Le Blanc é uma premiação brasileira dedicada a produções nacionais nos campos de história em quadrinhos, animação, literatura fantástica e games. O nome do prêmio é uma homenagem ao artista André Le Blanc. O evento é organizado pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pela Universidade Veiga de Almeida e conta a parceria do projeto Bossa Criativa – Arte de Toda Gente.

Através de processo virtual, o público votou nas melhores produções nacionais de quadrinhos, animação, literatura fantástica e games de 2020. Confira aqui os finalistas avaliados pelo corpo de jurados especialistas.

Os apresentadores da cerimônia de premiação

Gabriel Cruz (à esquerda) é designer, professor e pesquisador em animação pela Universidade Federal Fluminense e Universidade Veiga de Almeida.

Andréia Fernandes (à direita) é produtora editorial, especializada em HQ. Trabalhou na organização da SIQ – Semana Internacional de Quadrinhos da UFRJ, na Balão Editorial; foi social media na Banca do Cícero e editora-assistente na Pagu Comics. Atua como revisora e preparadora para editoras como AVEC (Salto, de Rapha Pinheiro), e Daily Cofee Comics (Tinta Fresca, de Digo Freitas e Vinícius Gressana). É criadora e apresentadora do canal Traços Negros, no Youtube, onde entrevista quadrinistas negros de todo o Brasil.

Anna Gianelli (à esquerda), carioca, é designer e atuou como coordenadora de comunicação na edição de 2020 da GameJam+, “A copa do mundo de desenvolvimento de jogos”. Atualmente faz parte do time de RH da Gazeus Games. Ativista de causas LGBTQIA+ e feministas nos jogos, Anna também já atuou em instituições não governamentais (ONG) como produtora. É idealizadora e cofundadora do estúdio escola de jogos carioca, Octopus Game Studio, onde atuou como CEO e produtora executiva.