Kdu dos Anjos e movimento Salvem as Bandas se apresentam na Casa Funarte Liberdade, em BH.

Desde o dia 21 de novembro de 2020, uma série de atrações artísticas do Bossa Criativa – Arte de Toda gente ocupam o palco da nova Casa Funarte Liberdade, inaugurada no último dia 9 de novembro em Belo Horizonte, MG. A programação abriu com MC Kdu dos Anjos, acompanhado pelo Ballet Favelinha Dance, e um grupo de músicos do movimento Salvem as Bandas.

As atrações ão programadas pelo Bossa Criativa e fazem parte do próprio projeto e, também, dos outros desenvolvidos em parceria pela Funarte com a UFRJ, o Sistema Nacional de Orquestras Sociais (Sinos) e o Um Novo Olhar (UNO).

**As primeiras atrações:**
No **sábado dia 21 de novembro – 17h**, quem subiu ao palco éfoiKdu dos Anjos. Acompanhado pelo Ballet Favelinha Dance, ele apresenta o repertório de seu álbum *Quanto Tempo, Hein, Kdu?*, gravado e lançado durante a pandemia e que traz músicas sobre o cotidiano das periferias. Com 29 anos, Kdu é empreendedor cultural e artista plural, que busca o novo e a experimentação. Ele atua como MC da cultura hip hop e do funk; é produtor de moda, poeta, compositor, ator e arte-educador; e é o criador do Centro Cultural Lá da Favelinha.

O rapper participou de diferentes oficinas de projetos sociais e tem uma formação abrangente no campo das artes. Em 2014, lançou seu álbum *Azul*, e o novo trabalho, *Quanto tempo hein, Kdu?* está disponível nas plataformas digitais. Ele foi lançado em junho de 2020, e conta com parcerias de nomes como Djonga, Hot, Teffy Angel e ViniJoe.

No **domingo dia 22 de novembro – 17h**, foi a vez da apresentação do grupo formado por maestros e músicos que participam do movimento Salvem as Bandas, criado para preservar e unir as bandas de música e maestros de Minas Gerais.

Para a a ocasião, formou-se uma banda com representantes de várias cidades mineiras, composta por Ricardo Rosental, de Pouso Alegre, Rocival, de Varginha, Kelvin, de Contagem e Léo, de Sta Luzia (clarinetes); Freed, de Pitangui (sax alto); Robertinho, de Vespasiano (sax tenor); Joanir, de Sarzedo (trompete); Alexandre, de Vespasiano (trombone); Anderson, de Brumadinho (eufônio); Aldo, de Brumadinho (tuba); e Valeria, de Sarzedo, e Denner, de Ibirité (percussão). A regência é do Maestro Joanir Oliveira, de Sarzedo. No repertório, dobrados e outros “clássicos de coreto”.

O movimento Salvem as Bandas surgiu em 2019, visando condições para a manutenção, formação, preservação e incentivo à criação de novas bandas ou resgate daquelas que findaram. Em fevereiro de 2020, o movimento foi formalizado e, com a pandemia, atraiu mais adeptos.

“Nesse período, bastante fértil, tivemos a cada semana uma formação com professores capacitados em cada área de instrumentos, técnica, organização jurídica”, conta o presidente do movimento, maestro Claudemir José Rodrigues. “Tivemos também um momento rico, o ‘papo afinado’, em que cada banda pôde – e pode – partilhar suas histórias”. Ele ressalta que o grupo conta hoje com 226 membros e inúmeros seguidores nas redes sociais. “Seguimos firmes com essa bandeira e o propósito de fazer as bandas conhecidas e reconhecidas como patrimônio, ação social e formativo do povo mineiro e do Brasil”.

O Maestro Joanir Oliveira, que está à frente da apresentação de domingo, como regente da banda, é o vice-presidente do movimento. Ele é músico, trompetista, maestro e gestor cultural. Fundador e coordenador geral do Música de Sarzedo e da Banda Municipal Sarzedense, desde 2006, onde atende atualmente 250 crianças, adolescentes e jovens.

Joanir começou a estudar música na infância e logo na adolescência, aos doze anos, ingressou na Banda de Música da Assembleia de Deus na cidade de Betim, sob a orientação do maestro Marcelo Marcelino de Oliveira. É bacharel em trompete, com ênfase em metais pela Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, 1997) e Especialista com MBA em Gestão Cultural pela UNA/BH, 2011.

Além disso, estudou com renomados músicos de diferentes nacionalidades, como os trompetistas Charles Schuluter (1º trompete da Boston Symphony) e Luis Claudio Engelke (1º trompete da California Symphony). Está presente também no mercado cultural atuando como Diretor Artístico do FEMUSA 2011 e 2012 (Festival de Música de Sarzedo), diretor do IACS (Instituto Cultural e Artístico de Sarzedo) e como Consultor Analista do MinC – Ministério da Cultura – na implantação de Planos Municipais de Cultura em MG.

**Conheça o Lá da Favelinha**
O projeto, que completou em 2020 cinco anos de vida, começou com uma oficina de MCs ministrada por Kdu dos Anjos, nascido e criado na favela do Cafezal. A oficina cresceu, formou um grupo musical, fundou uma biblioteca e, pouco depois, transformou-se no Centro Cultural La da Favelinha.

Atualmente o espaço conta com uma biblioteca comunitária, aulas de inglês, oficinas de capoeira, de danças urbanas e de rap; grupo de estudos da cultura Hip Hop e eventos periódicos, entre estes *Rap da Favelinha*, *Batalha do Quinto Elemento*, *Sarau da Favelinha*, *Hip Hop Experimental*, e *Música Popular da Favelinha*. Todas as ações são gratuitas e realizadas sempre de forma colaborativa, com profissionais voluntários, pessoas que doam seu tempo, seus conhecimentos, sua arte ou emprestam equipamentos. O Centro Cultural Lá da Favelinha fica na Rua Doutor Argemiro Rezende Costa, 191, na Vila Novo São Lucas, Belo Horizonte, Minas Gerais.

Em entrevista concedida à Lucas Buzatti, do Jornal Hoje em Dia em 2018, Kdu afirma: “A nossa galera está se capacitando para o mercado e para a vida. Politicamente falando, a arte é muito importante para a periferia. É um transformador social, um gerador de oportunidades”.

Na segunda-feira dia 23/11, às 20h, o Lá da Favelinha lança um livro contando a trajetória em seus cinco anos. O livro foi escrito colaborativamente por artistas e parceiros do Centro Cultural. Através do olhar e experiência de cada um, a obra mostra como a Favelinha incentiva o empreendedorismo e promove o desenvolvimento humano e cultural. O lançamento acontece em uma live com o Kdu dos Anjos, no perfil do Centro Cultural no Instagram. Na ocasião serão oferecidos cupons de desconto do livro.

**A Casa Funarte Liberdade**
Situado na Avenida Bias Fortes, em frente à Praça da Liberdade, em Belo Horizonte (MG), o Edifício Tancredo Neves foi cedido pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais à instituição federal e transformado em um espaço cultural. O prédio faz parte do Circuito Cultural e Turístico Liberdade, considerado um dos maiores conjuntos de espaços culturais do país. Assinado por Sylvio de Podestá e Éolo Maia, o projeto arquitetônico do imóvel é da década de 1980. O imóvel, que teve sua primeira inauguração em 1990, se destaca pela concepção ousada e pelo uso de materiais diversos e cores fortes nas fachadas, em estilo pós-modernista.

**O Circuito Liberdade**
Localizado em uma área histórica de Belo Horizonte (MG), o Circuito Cultural e Turístico Liberdade integra numerosos e diversificados espaços da região da Praça da Liberdade. Inaugurado em 2010, é importante rota do panorama mineiro de museus, centros de cultura e formação e salas de espetáculos. É um dos maiores corredores culturais do país.