Júlia Vargas apresenta “D’Água”

Júlia Vargas (acima) apresenta seu show D’Água na Mostra Arte de Toda Gente, no Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro, dia 18 de maio às 19h. Acompanhada dos músicos João Bittencourt (teclado e acordeon), Gabriel Barbosa (bateria) e Marcos Luz (baixo), a cantora e compositora interpreta sucessos de seus primeiros discos e antecipa novidades do novo álbum, que dá nome ao show. A entrada é franca e os ingressos podem ser obtidos por meio da plataforma virtual Sympla (https://www.sympla.com.br/evento/julia-vargas-mostra-arte-de-toda-gente-bossa-criativa-rio-de-janeiro/1580435 ).

Nascida em família de músicos, Júlia teve desde cedo contato com diferentes estilos. No show, a brasilidade de sua trajetória se mescla a um caldo de jazz e rock, incluindo referências de sua ancestralidade árabe e cigana no jeito livre de dançar em cena. Confira abaixo uma entrevista exclusiva na qual a artista nos conta sobre sua trajetória, influências e inspirações:

Como foi o seu início na música?

A música é como uma herança na minha família. Sou de uma família de músicos, desde meu avô, Maurílio Santos, trompetista, que foi das orquestras Tupy e Tabajara, e tocou nos jingles mais conhecidos da Globo, além de acompanhar nomes como Roberto Carlos, Wilson Simonal, Ella Fitzgerald e Sarah Vaughan, entre outros.

Meu pai Evandro Terra, cantor e compositor, se consagrou no samba reggae com uma das gravações conhecidas de Prefixo de Verão. E fez inúmeras parcerias com Netinho. minha mãe, Selemar Vargas, é cantora integrante do grupo Brasil Kumbê, que deixou um disco lindíssimo registrado, além de ser regente de coro e artista plástica. Com esse histórico na família, eu e meus irmãos crescemos num ambiente muito musical e artístico e aprendemos tudo de uma forma muito natural.

Minha escolha pra percussão se deu nos encontros de família (festas de fim de ano, etc.). Meus irmãos Ivo e André Vargas pegaram o violão como instrumento e eu e minha irmã, Ana Vargas, fomos para a percussão, apesar de todos tocarem percussão bem, também. Assim, a gente formava a banda da família (risos).

Mas a coisa se intensificou quando iniciei minha trajetória, bem jovem, no forró. O zabumba foi meu primeiro instrumento de percussão e desde então me pus a mergulhar em outros instrumentos percussivos também.

Você faz parte da chamada “nova MPB”, gravou álbuns pelo selo Porangareté, do qual participam vários artistas da mesma geração, como Chico Chico, Posada e muitos outros. Cada um com seu estilo, mas que interagem também em shows e parcerias. Como você vê esse movimento?

Tenho muito orgulho em, de alguma forma, ter aberto esses caminhos junto ao padrinho e produtor musical, parceiro de muitos anos, Rodrigo Garcia. Ele é o produtor musical dos meus dois primeiros discos: Júlia Vargas 2012 e o CD e DVD Júlia Vargas & Os Barnabés Ao vivo em Niterói. E também com minha parceria com o Chico Chico, através da ponte feita também pelo Rodrigo.

Desde então muitos amigos se juntaram ao movimento, pessoas novas também, e isso é muito lindo! Somos todos muito amigos, como uma família também, então é uma felicidade enorme sentir que a gente cresce junto, como uma corrente.

Que artistas e gêneros musicais que te influenciam eou fizeram parte da sua formação musical? O que você gosta de escutar?

Artistas que me influenciaram desde o início: Miriam Makeba, Ella Fitzgerald, Cátia de França, Milton Nascimento, Luhli e Lucina, Gilberto Gil….

Hoje tenho escutado trabalhos novos como de Erykah Badu, Moonchild e Camille, entre outros. Gosto muito do trabalho da Kaê Guajajara, Curumin e Mayra Andrade também.

O que a inspira a criar?

A natureza, as vivências… Como se as canções fossem o nosso diário, ou um retrato das coisas que a gente vive.

A sua performance no palco se destaca. De onde vem a energia e forma de interpretação? A formação em dança foi importante?

Sem dúvida, dançando desde pequena em grandes teatros, como o Municipal do Rio de Janeiro, e ter atuado no teatro junto à Cia Mulungo, de Oswaldo Montenegro, fizeram com que eu visse o palco sem medo. Pelo contrário: o palco vira o lugar onde me resolvo espiritualmente e sobre questões da vida também.

Você também compartilha seus conhecimentos ministrando aulas de canto. Quais dicas ou conselhos você daria para quem deseja construir uma carreira no canto, na música?

Trazer leveza quando for cantar. É para ser algo bom. Sei que nem sempre é possível, mas se levarmos para o palco e para o nosso cantar as tensões da vida, a coisa não flui direito. A boa é tentar se desligar do mundo lá fora e o momento de cantar vir a ser seu momento de cura, quando você se torna um canal, se curando internamente e levando cura para quem ouve também.

Acompanhe a programação das Mostras Bossa Criativa Arte de Toda Gente aqui no site. As mostras virtuais também seguem disponíveis no canal Arte de Toda Gente no Youtube https://www.youtube.com/c/ArteDeTodaGente