III Encontro Um Novo Olhar de Arte-Educação + Acessibilidade

O III Encontro Um Novo Olhar de Arte-Educação + Acessibilidade, acontece entre os dias 23 e 25 de agosto, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, no Rio. O evento é destinado a arte/educadores/as, artistas e especialistas e interessados/as, com ou sem deficiências, do Brasil e da América Latina, o encontro tem foco na formação em arte/educação sob uma perspectiva acessível inclusiva e é uma das principais ações do projeto Um Novo Olhar. O projeto é fruto de uma parceria entre a Fundação Nacional de Artes – Funarte e a Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, com curadoria de sua Escola de Música. Confira a programação completa do encontro no final deste post, assim com informações sobre hospedagem com acessibilidade.

Após dois anos com eventos realizados virtualmente, a terceira edição do encontro acontece em formato híbrido, com atividades presenciais e, também, com transmissão de conferências, mesas de debate e apresentações pelo canal Arte de Toda Gente, no Youtube, com o objetivo de traduzir experiências, sotaques e perspectivas diferenciadas sobre o tema, demonstrando o panorama atual da área.

O evento tem ainda oficinas e atividades artísticas, que apresentarão um contexto da Arte/Educação inclusiva no Brasil. Toda a programação conta com interpretação em Libras, legendagem e audiodescrição, tanto no modo presencial quanto na transmissão virtual, e também com mediação acessível e acessibilidade física no espaço de realização das atividades.

A programação do encontro inclui mesas redondas sobre a arte/educação e acessibilidade e a revisão da influência da Semana de Arte Moderna de 1922, com Robson Xavier (UFPB); mediação e Acessibilidade em Museus com Isabel Portela (Museu da República) e Camila Oliveira (Museu do Amanhã); acessibilidade em Teatro e Dança com Jeferson Fernandes (UFRN) e Cristiane Raposo (UFBA); acessibilidade em Música/Educação Musical antirracista com Marcelo Zig (BA) e Thelma Alvares (UFRJ). E contará com uma conferência ministrada por Ana Mae Barbosa (USP), sobre a importância da arte no processo de reconstrução humana da pessoa com deficiência, a partir da apresentação de um estudo de caso.

Serão também realizadas oficinas de recursos e tecnologias assistivas com Vera Lúcia Vieira (UFRJ) e Miryam Pelosi (UFRJ); artes cênicas, acessibilidade e educação com  Jefferson Fernandes (UFRN); multissensorialidade e performatividade dissidentes com Robson Xavier (UFPB); Teatro Acessível com Cristiane Raposo (UFBA); PCDs, pertencimento nos espaços de cultura e lazer com Marcelo Zig (BA); instrumentos da alegria com mestre Riko (Embaixadores da Alegria); Equidade no UX Writing design de experiência com Gilberto Consoni (UFRGS). E ainda apresentações artísticas do Slam Surdo (poesia em Libras) e dos Embaixadores da Alegria.

 

Confira aqui a programação completa do III Encontro. Para participar das atividades presencialmente é necessário fazer previamente sua inscrição. O número de vagas para algumas delas é limitado e também está indicado abaixo.

23/08 (terça-feira)

09h30 às 11h30 – Oficina 1: Experimentação de Recursos de Tecnologia Assistiva
Oficineiras: Vera Lúcia Vieira (UFRJ) e Miryam Pelosi (UFRJ)
A oficina tem como objetivo experimentar o uso de diversos recursos de tecnologia assistiva de baixo custo para a realização de atividades expressivas no âmbito das  atividades plásticas, entre outras ações educativas.
Oficina presencial. Público: professores, arte/educadores e demais profissionais que trabalham com arte/educação e acessibilidade.  (30 vagas)

10h às 12h – Oficina 2: Vamos brincar? Experimentando uma atividade de teatro acessível para todos os corpos.
Oficineiro: Cristiane Raposo (UFBA)
Nessa oficina ofereço uma atividade de teatro acessível, que busca incluir todos os corpos na experiência da sala de aula de teatro. Por meio do fazer, do ver fazer e do falar sobre o fazer vamos vivenciar uma sequência de ações na perspectiva de despertar a atenção para si, corpo e mente; refletir; fomentar a criatividade; exercitar as habilidades individuais e as relações entre os pares.
Oficina presencial. Público: professores, arte/educadores e demais profissionais que trabalham com arte/educação e acessibilidade.  (20 vagas)

10h às 12h – Oficina 3: Posso tocar? Arte/educação, arte contemporânea, multissensorialidade e performatividade dos corpos dissidentes. 
Oficineiro: Robson Xavier (UFPB)
A oficina tem como foco proporcionar vivências e discussões sobre a produção visual dos corpos dissidentes na arte contemporânea relacionadas com a arte/educação, a partir da percepção multissensorial, da memória afetiva e de práticas artísticas contemporâneas aplicadas aos contextos educacionais formais ou não formais.
Oficina presencial. Público: professores, arte/educadores e demais profissionais que trabalham com arte/educação e acessibilidade.  (15 vagas)

15h às 17h – Oficina 4: O que nos provocam os artistas com deficiências? Artes cênicas, Acessibilidade e Educação.
Oficineiro: Jefferson Fernandes (UFRN)
Enfoque nas ideias e nas obras de artistas com deficiência que nos permita refletir sobre sobre o corpo, a deficiência, a educação e a acessibilidade, a partir das artes cênicas. Artistas: Edu O., Carolina Teixeira, Estela Lapponi, Jessica Teixeira, entre outros.
Oficina presencial. Público: professores, arte/educadores e demais profissionais que trabalham com arte/educação e acessibilidade.  (30 vagas)

15h às 17h – Oficina 5: Dá pra ir? Reflexões acerca do sentimento de pertencimento da pessoa com deficiência nos espaços de cultura e lazer.
Oficineiro: Marcelo Zig (BA)
A oficina irá abordar, problematizar, estimular reflexões acerca do sentimento de pertencimento da pessoa com deficiência nos espaços de cultura e lazer. Considerando a necessidade da ampliação da inserção da acessibilidade cultural nas instituições culturais e nos espaços coletivos públicos de lazer, fomentando a ocupação dos corpos PCDs e dissidentes nas cidades brasileiras.
Oficina presencial. Público: professores, arte/educadores e demais profissionais que trabalham com arte/educação e acessibilidade.  (30 vagas)

17h30 – Poesia Surda
Apresentações de poesias em libras com Alef Felipe, Paulo Andrade, Daniela Cruz, Shirlei Barros, Karine Sousa e Weslei Rocha

18h30 às 19h – Mesa abertura institucional
Palestrantes: Marcelo Jardim (UFRJ), Bruno Rodrigues (Funarte), Patrícia Dorneles (UFRJ), Robson Xavier (UFPB).
Mesa oficial de abertura apresentando o III Encontro de Arte/Educação + Acessibilidade UFRJ/FUNARTE com a presença dos responsáveis pela organização.
* Mesa presencial com transmissão

19h às 20h30 – Conferência de Abertura: Arte para reconstrução humana 
A importância da arte para a reconstrução começa a ser divulgada nos inícios do século XX, especialmente em relação à reconstrução humana. Houve uma campanha para que as pessoas com déficit intelectual não sejam vistos como animais em zoológicos, como ocorria no século XIX, onde nos fins de semana as vindas aos hospícios era considerado um passeio para os burgueses se divertirem com a “anormalidade”. No Brasil, Nise da Silveira foi pioneira na demonstração da importância da Arte para a rearticulação mental. Ao mesmo tempo, embora com menos intensidade, também se começa a realizar experimentações com Arte na reabilitação de pessoas que sofreram acidentes. Esta reabilitação pode não ser física, e em geral é social. O trabalho com Arte leva as pessoas que têm diferenças a se aceitarem e atuarem na sociedade, da mesma maneira que ensina aos considerados normais a lidarem com a diferença. Apresentarei um estudo de caso da reabilitação permanente por meio da Arte com crianças cadeirantes feito por Ana Amália Barbosa em São Paulo.
Palestrante: Ana Mae Barbosa (USP)
Apresentação: Patricia Dorneles (UFRJ)
Mediação: Robson Xavier (UFPB)
* Conferência presencial com transmissão

24/08 (quarta-feira)

10h às 12h – Oficina de Instrumentos da Alegria
Oficineiro: Mestre Riko (Embaixadores da Alegria)
Oficina voltada a pessoas com e sem deficiência com objetivo de construir instrumentos musicais adaptados a partir de objetos recicláveis.
Oficina presencial para público restrito: grupo de crianças com e sem deficiência. (para esta oficina não haverá inscrições, pois as vagas serão destinadas para instituições convidadas pelo projeto).

10h às 12h – Oficina 6: A Equidade no UX Writing – aula 1
Oficineiro: Gilberto Consoni (UFRGS)
Oficina aplicada de design de experiência para a redação de conteúdos didáticos digitais com foco em equidade. Capacitação e desenvolvimento prático de técnicas de design de UX Writing para ambientes virtuais de aprendizagem inclusivos. Tem como objetivo destacar a importância do planejamento e da aplicação de técnicas de design de experiência na redação de conteúdos didáticos digitais acessíveis e inclusivos.
Oficina presencial. Público: professores, arte/educadores e demais profissionais que trabalham com arte/educação e acessibilidade. (30 vagas)

14h às 15h30 – Mesa 01: Que moderno!? Arte/Educação e a Semana de Arte Moderna de 1922.
Ao longo do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, comemorado a partir de fevereiro de 2022, diversos eventos presenciais ou online, concursos, editais, artigos e livros, discutiram, o legado do evento para o modernismo brasileiro, promovendo revisões sobre seu papel e inserção como marco do movimento no país, o tema é inesgotável para a arte e cultura brasileiras. Em pleno século XXI consideramos que o Brasil teve “modernismos”, para além do modernismo paulista. Nesta mesa buscamos refletir sobre as influências da semana de 1922 para a arte/educação brasileira e os possíveis diálogos com a inclusão e acessibilidade culturais.
Palestrantes: Robson Xavier (UFPB) e Maurício Barros de Castro (UERJ).
Mediação: Patrícia Dorneles (UFRJ)
* Mesa presencial com transmissão

16h às 17h30 – Mesa 02: O museu é nosso! Arte/Educação, mediação e acessibilidade em  museus.
O desafio da acessibilidade plena nas instituições culturais e nos museus de arte brasileiros, que envolve a acessibilidade ambiental, atitudinal e comunicacional, ainda é uma utopia para a maioria dos museus de médio e pequeno porte espalhados em todo o país. Apesar dos avanços consideráveis das últimas décadas, dos exemplos das experiências consolidadas e referenciadas desenvolvidas em grandes museus brasileiros e internacionais, os desafios permanecem e todos os dias as pessoas com deficiências se deparam com barreiras para que possam vivenciar experiências realmente acessíveis em museus. Esta mesa se propõe a debater as realidades e multiplicidades de experiências de acessibilidade educacionais acessíveis em museus brasileiros e seus programas de acessibilidade.
Palestrantes: Isabel Portela (Museu da República) e Camila Oliveira (Museu do Amanhã)
Mediação:  Robson Xavier (UFPB)
* Mesa presencial com transmissão

 

25/08 (quinta-feira)

10h às 12h – Oficina de Instrumentos da Alegria
Oficineiro: Mestre Riko (Embaixadores da Alegria)
Oficina voltada a pessoas com e sem deficiência com objetivo de construir instrumentos musicais adaptados a partir de objetos recicláveis.
Oficina presencial para público restrito: grupo de crianças com e sem deficiência. (para esta oficina não haverá inscrições, pois as vagas serão destinadas para instituições convidadas pelo projeto).

10h às 12h – Oficina 6: 10h às 12h – Oficina 5: A Equidade no UX Writing – aula 2
Oficineiro: Gilberto Consoni (UFRGS)
Oficina aplicada de design de experiência para a redação de conteúdos didáticos digitais com foco em equidade. Capacitação e desenvolvimento prático de técnicas de design de UX Writing para ambientes virtuais de aprendizagem inclusivos. Tem como objetivo destacar a importância do planejamento e da aplicação de técnicas de design de experiência na redação de conteúdos didáticos digitais acessíveis e inclusivos.
Oficina presencial. Público: professores, arte/educadores e demais profissionais que trabalham com arte/educação e acessibilidade.  (30 vagas)

14h às 15h30 – Mesa 03: Respeitável Público! Arte/Educação e acessibilidade em Teatro e Dança
Nesta mesa buscamos refletir sobre a acessibilidade, considerando a interface Arte/Educação + Acessibilidade Teatro/Dança enfocando os estudos do espetáculo e as performances, tendo como referência a recepção do público, na perspectiva da formação continuada de educadores/as e de espectadores/as. Partindo da arte/educação acessível considerando o teatro e a dança e seu ensino, na perspectiva de sua reinvenção epistêmica, estética e política no campo das artes cênicas.
Palestrantes: Jeferson Fernandes (UFRN) e Cristiane Raposo (UFBA)
Mediação: Patrícia Dorneles (UFRJ)
* Mesa presencial com transmissão

16h às 17:30h – Mesa 04 – Saca o Som! Arte/Educação e acessibilidade em música e educação musical antirracista. 
Esta mesa se propõe a analisar aspectos da formação em música, educação musical e acessibilidade cultural, considerando aspectos antirracistas, no Brasil muitos/as arte/educadores/as habilitados/as em Música e/ou licenciados/as em educação musical,  que atuam em escolas, ainda se sentem despreparados/as para desenvolver um ensino inclusivo e acessível. A música, na educação musical escolar, deve ser entendida como uma  prática  social e política. Temos de considerar que a inclusão exige  múltiplos  saberes  na  prática  docente,  mudança  de atitudes,  hábitos  e  valores  e  respeito e acolhimento pela diversidade humana. O racismo estrutural arraigado no Brasil caminha ao lado do capacitismo e ambos fazem parte da construção histórica do país. A música será analisada como um dos caminhos de enfrentamento para questões raciais brasileiras.
Palestrantes: Marcelo Zig (BA) e Thelma Alvares (UFRJ)
Mediação: Robson Xavier (UFPB)
* Mesa presencial com transmissão

18h – Apresentação Musical: Embaixadores da Alegria
Apresentação da bateria da Escola de Samba Embaixadores da Alegria coordenada por Mestre Riko com a presença das grandiosas ritmistas da Fina Batucada e de integrantes da escola de samba.

Como chegar:

As atividades presenciais acontecerão no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, Av. Rui Barbosa, 762, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ.  Veja aqui como chegar ao local do evento, utilizando a ferramenta do Google.

Onde ficar: 

O Rio oferece hotéis, restaurantes e atrações com acessibilidade para cadeirantes. Confira nestes links alguns deles, assim como sugestões de programas de turismo acessível:
https://bityli.com/QBzIlf (Google).
Para hotéis com acessibilidade:
1 – https://www.booking.com/accessible-traveling/city/br/rio-de-janeiro.pt-br.html (Booking.com)
2 – https://guiaderodas.com/hoteis-com-acessibilidade-no-rio-de-janeiro/ (Guia de Rodas)
3 – https://catracalivre.com.br/viagem-livre/7-hoteis-com-acessibilidade-no-rio-de-janeiro/ (Catraca Livre)
4 – https://bityli.com/uJnPpt (Guia de Rodas, programas para cadeirantes)

 

Imagem de abertura: arte sobre foto de divulgação/internet