Vai ao ar a partir desta semana a Mostra Virtual Bossa Criativa Arte de Toda Gente Belo Horizonte. Disponível aqui no site e, também, no canal Arte de Toda Gente, no Youtube, a série reúne 12 vídeos, dedicados a diferentes ramos da cultura mineira – música, dança, contação de histórias, teatro de bonecos e culinária, em duas postagens semanais, durante os meses de abril e maio. A mostra faz parte do Programa Arte de Toda Gente, uma parceria entre a Fundação Nacional de Artes – Funarte e a Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, com curadoria de sua Escola de Música.

Em sua primeira semana, a mostra apresenta vídeos com um show da cantora Amorina (05/04, acima) e com o espetáculo teatral de contação de histórias “Árvore da Memória”, com o grupo Casa do Beco (07/04). Ao longo da programação, serão exibidas, ainda, apresentações de música com Elisa Paraíso (14/04), Sérgio Pererê (28/04), Bárbara Barcellos (03/05), Christiano Caldas (05/05), Dona Jandira (10/05) e Violeta Lara (12/05); uma oficina sobre dança, com Marcela Rosa e o Grupo Primeiro Ato (26/04); apresentação de teatro de bonecos, com o Grupo Giramundo (21/04); e sobre culinária mineira, com Carol Dini (12/04) e Lia (19/04).

A Mostra Virtual Arte de Toda Gente já realizou edições em São Cristóvão (SE) e em Ouro Preto (MG), virtuais e presenciais, com participação de artistas, artesãos, profissionais da gastronomia e outras áreas que fazem parte da cultura e tradição dessas regiões. A iniciativa é voltada para a divulgação de cidades onde estão localizados pontos do patrimônio mundial, histórico, cultural e natural.

Quem são as atrações

Amorina é cantora, compositora e produtora da cena feminina de autoras. Feminista, negra e LGBTQIA+, a artista é uma das idealizadoras da “Mostra Mulheres Criando” e do “Sonora – Festival Internacional de Compositoras”, maior festival de música feminina do mundo. IPALỌLỌ, seu segundo álbum solo lançado em 2021, foi gravado ao vivo e apresenta uma pesquisa recente da artista, numa linguagem moderna que une música eletrônica a elementos da música africana, afro mineira, brasileira e pop. Para a mostra, se apresenta ao lado da percussionista mineira Débora Costa, umas das diretoras musicais do disco, e transita por canções, cabo-verdeanas, do vodu haitiano e que referenciam o candomblé.

A Casa do Beco (foto ao lado, de Pris Campelo) tem como missão promover a transformação social e contribuir para a ampliação das possibilidades de acesso ao conhecimento, utilizando como ferramentas atividades culturais e artísticas. Desde sua fundação, em 2003, a instituição vem sendo palco de diversas ações culturais importantes para a comunidade em que está inserida, e para a cidade. Em 2010 a Casa tornou-se Ponto de Cultura pelo programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura, através do edital da Secretaria Estadual de Minas, o que conferiu novo impulso para suas atividades. A Casa do Beco tem uma gama de atividades no escopo de suas ações. Dentre elas, destacam-se o Grupo Teatro Entre Elas, o Grupo do Beco, a Cia Movimento do Beco e o Cine Beco, que integram o NÚCLEO PARA CRIAR, ENCANTAR E TRANSFORMAR da instituição e buscam a profissionalização de seus integrantes e, no caso do Grupo Teatro Entre Elas, a promoção de qualidade de vida e saúde por meio do Teatro.

No espetáculo que apresenta na Mostra Virtual, o personagem central é Seu Zé, antigo morador de uma comunidade de periferia, que lê narrativas tecidas pelas diversas mãos que vivenciaram os desafios e as conquistas deste espaço, pleno de movimento e transformação. No fio de sua memória, estórias, costumes e afetos interligam gerações. O espetáculo nos convida a mergulhar no imaginário lúdico da contação de histórias e, entre idas e vindas, acaba por tecer, no tempo, um lugar onde sonho e realidade podem se encontrar.

Sérgio Pererê e os lamelofones – Nascido e criado em Belo Horizonte MG, Sérgio Pererê é cantor, compositor e multi-instrumentista, com 11 álbuns lançados e várias canções gravadas por grandes intérpretes da música brasileira. Ao longo de sua carreira, tem dialogado com várias vertentes da música mundial e se apresentado em vários países como Canadá, Áustria, Espanha, Moçambique, China, Argentina entre outros. Grande parte de sua influência vem das raízes africanas, tanto nos instrumentos quanto na forma de expressar seu canto. Neste espetáculo, o artista mostra a magia dos lamelofones, originários de diversas partes do continente africano…mbiras, ilimba e marimbula.

Marcela Rosa e Grupo Primeiro Ato – Marcela (à direita, na foto de Élcio Paraíso) é bailarina, professora de dança contemporânea e assistente de direção de Suely Machado no Grupo de Dança 1º Ato. Em sua oficina, transmite um conteúdo de linguagens artísticas em desenvolvimento com o 1º Ato há mais de 30 anos, onde busca a investigação criativa pela consciência do corpo e da construção do movimento, partindo da identidade e originalidade do gesto de cada um. O público-alvo para a oficina é formado por estudantes e profissionais de várias áreas artísticas (músicos, atores, artistas plásticos, etc.) e por pessoas que tenham interesse em investigar e tomar intimidade com seu próprio corpo, com o objetivo de descobri-lo como potencial criativo e instrumento de expressão. Não é necessário experiência prévia em dança ou teatro.

O Grupo Giramundo de teatro de bonecos (foto à esquerda, de Élcio Paraíso) tem meio século de atuação e é um dos teatros de bonecos mais antigos do Brasil. Nasceu de uma tríade de artistas – Álvaro Apocalypse (1937-2003), Terezinha Veloso (1936-2003) e Maria do Carmo Vivacqua Martins (1945) – em 1970. A história do grupo é marcada por pesquisa, experimentação e reinvenção, com o boneco e o movimento como raisons d’être. A ênfase na pesquisa faz com que o Giramundo fuja de definições convencionais de grupo teatral, tornando-se uma espécie de centro de conhecimento sobre o teatro de formas animadas. Todo esse conhecimento é aproveitado não só nas montagens, mas, também, compartilhado através da Escola e Museu, que são outras facetas importantes de sua constituição. Pelo seu trabalho, o grupo já recebeu cerca de 36 premiações, entre elas o prêmio Molière, a Medalha de Honra da Inconfidência, a medalha Santos Dumont, e a Ordem do Mérito Cultural.

Carolina Dini (na foto ao lado, de Lorena Dini) é cozinheira, advogada, escritora e empresária à frente do Cebola na Manteiga, projeto que criou em 2016 para ensinar as pessoas a sentirem prazer cozinhando em casa. Sua ideia inicial foi a criação de um blog, que logo se desdobrou em livros, aulas sobre fermentação natural, cursos presenciais, palestras e até um molho de pimenta que ela passou a vender, inclusive a restaurantes. No vídeo, ela nos ensina a preparar uma receita mineira.

Elisa Paraíso iniciou seus estudos de música, canto e interpretação na adolescência e graduou-se em Licenciatura Musical pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Iniciou sua carreira atuando em musicais e realizou shows no circuito cultural de Minas, Brasil e no exterior e já gravou dois discos. O primeiro, “Da maior importância” conta com participações de músicos consagrados, como Guinga, Teresa Cristina, André Mehmari e Benjamim Taubkin, entre outros. No segundo, “O Nordeste de Lua”, ela presta homenagem à Luiz Gonzaga, com a fusão entre características musicais de Minas Gerais e Nordeste. No show que preparou para a Mostra, Elisa apresenta canções de seus trabalhos já lançados e outras que farão parte do seu próximo disco, acompanhada do violonista Thiago Nunnes.

Lia, como é mais conhecida Maria da Consolação de Souza (à direita), tem 52 anos e mora na Barragem Santa Lucia – BH. Ela começou a cozinhar dentro de casa desde pequena, para ajudar sua mãe a cuidar dos seus irmãos. Hoje, aos sábados, Dona Lia vende marmitex e o prato mais amado é seu feijão tropeiro. Esta será a receita apresentada.

Dona Jandira, (acima) desde que iniciou sua carreira profissional, aos 64 anos, realizou mais de trezentos shows, em Minas e em outros estados brasileiros. Ela gravou seu primeiro CD em 2008, e em 2012, lançou o DVD Dona Jandira ao Vivo, com participações de Luiz Melodia, Paulinho Pedra Azul e Marco Lobo. Em 2017, gravou o CD Afinidades, em dupla com o renomado pianista, compositor e arranjador Tulio Mourão. A partir daí, tem feito turnês por todo o Brasil, incluindo shows em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e em muitas outras cidades do interior do país.

Bárbara Barcellos (ao lado, em foto de Andreza de Paula) nasceu em Belo Horizonte, filha de musicistas, e, iniciou sua vida profissional aos 14 anos. Desde então, cantou com artistas como Tavinho Moura, Toninho Horta, Milton Nascimento, Paulo Braga, Daniel Jobim entre outros e, aos 18 iniciou uma parceria com o Beto Lopes, com quem vem se apresentando e participando de eventos. Em 2015, Bárbara ingressou na Bituca Universidade de Música Popular, em Barbacena-MG, onde cursou Canto, Musicalização, História da Música, Prática em Conjunto, Teatro e Percepção Musical. Em 2016, ela gravou seu primeiro CD, “UBUNTU”, com releituras da MPB e duas músicas autorais.

Christiano Caldas iniciou sua carreira aos 13 anos e, aos 17 anos, começou a desenvolver trabalhos como produtor musical, engenheiro de áudio, pianista e tecladista, acompanhando e desenvolvendo trabalhos com grandes nomes, como Milton Nascimento, Flávio Venturini, 14 Bis, Sá & Guarabyra, Roberto Menescal, Chico Amaral, Wagner Tiso, João Donato, Leo Gandelman, Célio Balona, Beto Guedes, Juarez Moreira, Nivaldo Ornelas e Vander Lee, Mike Stern, Chris Washburnem Orquestra Ouro Preto, Célio Balona e Orquestra SESI Minas Musicoop, entre outros. Prestes a completar 30 anos de carreira, Christiano lança seu primeiro álbum, “Afinidades – Série Instrumental Vol.1”, que reúne compositores da nova geração e nomes que constituíram parte de sua biografia musical. No álbum – que será base para o repertório do show – ele faz uma homenagem à música instrumental mineira.

Violeta Lara (foto ao lado, de Élcio Paraíso) é natural de Belo Horizonte, onde vive. Ela é cantora e compositora, e intérprete de MPB. Graduada em música popular pela Universidade Federal de Minas Gerais, atua como professora de canto, cantora do grupo Baioquê, é uma das vocalistas do bloco de carnaval Juventude Bronzeada, integra o coletivo V.A.D.I.A.S. (Verdadeiras Autênticas com Direitos Iguais Aos Seus) e está em estúdio gravando seu primeiro álbum autoral. Ela foi uma das vencedoras do projeto Cantoras Daqui, do BDMG Cultural, em 2009, e finalista do Festival SESI Música 2016. Atuou como convidada em gravações e shows de artistas como Cláudio Mourão, Túlio Rangel, Bruno Grossi, Robert Clay, Jairo de Lara, Túlio Mourão e Vander Lee, entre outros.

A programação completa:

05/04 – Amorina
07/04 – Árvore da Memória
12/04 – Carol Dini
14/04 – Elisa Paraiso
19/04 – Lia
21/04 – Oficina de Bonecos com Giramundo
26/04 – Oficina de dança 1º ato
28/04 – Sérgio Pererê
03/05 – Barbara Barcelos
05/05 – Cristiano Caldas
10/05 – Dona Jandira
12/05 – Violeta Lara