DançAdrinkra apresenta danças populares tradicionais brasileiras

Desde o dia 18 de dezembro, o Projeto Bossa Criativa, exibe o primeiro módulo de vídeos selecionados para a Mostra Realidades Atuais em Artes, cuja chamada foi voltada para pós-graduandos em Cursos Profissionais em Artes. A seleção tem como objetivo valorizar a inovação e soluções em artes e economia criativa.

Com o nome de DançAdrinkra, o projeto de Silvana de Jesus Santos, mestranda da Escola Superior de Artes Célia Helena, consiste em mostrar “pílulas de vivências” de danças populares tradicionais brasileiras. E, ainda, revelar parte do processo de pesquisa de mestrado desenvolvido com os símbolos Adinkra – conjunto de símbolos ideográficos dos povos de Gana e da Costa do Marfim, que representam mensagens que transmitem a sabedoria tradicional, aspectos da vida ou do meio ambiente.

O objetivo de Silvana com seu projeto é difundir e valorizar as preciosidades culturais herdadas dos povos africanos e indígenas. Para isso, ela passa por danças – como Coco, Maculelê, Caboclinho, Dança afro e a música da capoeira, mostrando como desenvolve o seu processo criativo a partir deles desses símbolos.

“Esse trabalho foi criado na pandemia, num momento em que estouraram todos os fios de energia em minha casa, que fica na periferia. O problema levou um mês para ser resolvido”, conta Silvana. “Toda a gravação foi realizada com um refletor que o vizinho emprestou, pois não havia iluminação”, diz ela.

A mestranda destaca a importância de projetos culturais que valorizem a diversidade: “O racismo e o preconceito são os vilões da nossa sociedade, impedindo que tenhamos condições básicas, barrando nossa circulação e corrompendo nossas histórias. Por isso, o projeto Bossa Criativa é imprescindível, trazendo narrativas diferentes e atuais para dentro do ambiente acadêmico e disponibilizando para o público”.

Ela explica que DançAdinkra traz danças que não são conhecidas pelos brasileiros, entrelaçadas aos símbolos que são invisibilizados nas perspectivas escolares e acadêmicas. “A tentativa aqui é mostrar as preciosidades e legados que os africanos e indígenas deixaram para nós”, afirma. É muito importante trazer o olhar das pessoas para atividades reflexivas, que são muitas vezes desconhecidas. Ofertar é precioso, é fundamental”, afirma Silvana.

**Silvana de Jesus Santos** é mestranda em Artes da Cena na Escola Superior de Artes Célia Helena. Ela tem especialização em História e Cultura Afro brasileira e Indígenas, pela A Casa Tombada (2018), e em Dança e Consciência Corporal, pela Universidade Gama Filho. É arte-educadora e bailarina com mais de 15 anos de carreira, tendo atuado nas companhias Ivaldo Bertazzo e Antônio Nóbrega de Dança. Ministrou aulas em projetos sociais, grupos de danças e, hoje, é educadora na Escola de Dança de São Paulo e dança no grupo Batakerê e Gumboot Dance Brasil.

Todos os vídeos com os trabalhos da Mostra Realidades em Artes Visuais serão disponibilizados, a partir do dia 18/12, aqui no site. O segundo módulo chega no dia 8 de janeiro de 2021 e os seguintes serão postados semanalmente – o último no dia 5/2.