O bom humor e o grande conhecimento de seu instrumento são marcantes na carreira de Fausto Borém. Comecemos pelo conhecimento: ele é Mestre em Contrabaixo pela Universidade de Iowa, nos EUA, e foi o primeiro brasileiro a obter o doutorado em Contrabaixo pela Universidade da Geórgia, naquele mesmo país. No palco, foi o Primeiro Contrabaixista de orquestras importantes, como a do Teatro Municipal de São Paulo, a da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Sinfônica de Minas Gerais e a da Sinfônica da Universidade da Geórgia. Fausto foi o criador da Pós-Graduação em Música da UFMG, onde há quase 30 anos orienta alunos de Bacharelado, Mestrado e Doutorado. Além disso, tem publicados dezenas de artigos científicos sobre o contrabaixo e, também, centenas de partituras.
Já o humor do artista e professor dá o tom em trabalhos como o concerto para contrabaixo e orquestra Não Atire o Pau no Gato, que compôs e estreou com a Filarmônica de Minas Gerais, regida por Marcos Arakaki. A obra, que ele define como cênico-musical educativa e cômica, apresenta uma versão politicamente correta para a conhecida canção infantil brasileira Atirei o Pau no Gato. Narrada em 11 atos, a peça conta a história de um gato contrabaixista francês, que quer tomar o lugar do pianista, e inclui em sua encenação elementos como cartolas e chapéus.
No Sinos, Fausto Borém divide a Oficina de Contrabaixo com seu colega Eder Kinappe. Ambos abordam diversos aspectos relacionados ao estudo e à performance do instrumento, como postura corporal, técnica do arco, afinação, escalas e arpejos, a literatura do contrabaixo, e o uso de novas tecnologias no estudo do instrumento, dentre outras. O senso de humor do professor é perceptível já pelo nome de uma de suas primeiras aulas: Os sons no contrabaixo com o pizzicato & outros “bichos”.
“Planejei meus vídeos para que combinem o ensino do contrabaixo com a teoria e a história da música, ilustrando os diversos períodos estilísticos (Barroco, Classicismo Romantismo e Séculos XX e XXII) com trechos retirados do repertório de orquestra”, explica Fausto. “Outro foco de minhas aulas, fruto de quase duas décadas de pesquisa com apoio do CNPq, são as estratégias para controlar a afinação o contrabaixo, integrando os sentidos da visão e do tato à audição”, explica o músico.
Fausto se mostra entusiasmado com o projeto e com o novo caminho para difundir seus conhecimentos “”Estou muito feliz com o convite para participar do projeto SINOS, especialmente nesses tempos difíceis da pandemia e isolamento social. Felizmente, a alternativa das videoaulas nos aproxima dos alunos e traz vantagens no ensino de música à distância”, opina.