*Foto da abertura: Walda Marques*
Com um espetáculo apresentado no dia 21 de setembro, na Concha Acústica do Distrito Federal, em Brasília, a Fundação Nacional de Artes – Funarte, por meio do programa Arte de Toda Gente – ATG, uma parceria da entidade com a Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, deu início oficialmente às suas ações em comemoração aos 200 anos de Independência do Brasil. No palco, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro – OSTNCS, conduzida por Claudio Cohen e com participação especial do tenor Saulo Laucas interpretou uma repertório que incluía obras clássicas relacionadas àquele momento histórico.
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*O tenor Saulo Laucas e a OSTNCS durante o concerto. Foto: Walda Marques*
Com capacidade para até cinco mil pessoas, em respeito às medidas de saúde pública a Concha Acústica do Distrito Federal recebeu 400 espectadores para o espetáculo. O espaço foi reaberto em agosto deste ano, após passar por reforma. O concerto também pode ser assistido, em tempo real, pelo canal do Arte de Toda Gente no YouTube. Antes do início do concerto, foi apresentado ao público, em um telão, um documentário retratando as ações desenvolvidas pelo ATG desde 2020.
A cerimônia marcou o início das atrações da Funarte pelo bicentenário da Independência. O evento foi realizado pela Fundação, pelo Ministério do Turismo e pela Secretaria Especial da Cultura, com apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal. Ele é fruto de ações dos três projetos que integram o Arte de Toda Gente (ATG), programa da Fundação com a UFRJ: Bossa Criativa, Um Novo Olhar (UNO) e Sistema Nacional de Orquestras Sociais (Sinos). Um dos objetivos do Bossa Criativa é promover ações de artes integradas em locais reconhecidos pela Unesco como patrimônio da humanidade — entre eles, Brasília. Por sua vez, o tenor Saulo Laucas está entre os artistas participantes do UNO, enquanto a produção do concerto faz parte das ações do Sinos. O ATG tem curadoria da Escola de Música da UFRJ.
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*Tamoio Athayde Marcondes (presidente da Funarte), Marcelo Jardim (coordenador do ATG) e André Cardoso (coordenador do Sinos), na apresentação do concerto em Brasília. Foto: Walda Marques*
“Tivemos, nesse dia 21, na Concha Acústica de Brasília, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional marcando o início das comemorações da Funarte para os 200 anos da independência, e onde divulgamos, também, as ações feitas junto à UFRJ”, diz Tamoio Athayde Marcondes, presidente da Funarte. “Consideramos esse evento de suma importância para divulgar essas ações e para marcar o reinício das atividades presenciais, dos eventos presenciais que a Funarte apoia. Principalmente com essa linda coincidência, de ser um dia antes do início da primavera, desse lindo renascer, do florescimento. Estaremos agora, ainda este ano e em 2022, junto com a UFRJ, fomentando as artes em todo o Brasil”, informa Tamoio.
Para o coordenador do programa Arte de Toda Gente, Marcelo Jardim, o concerto teve uma importância especial por acontecer no momento atual. “As pessoas resguardaram o distanciamento, a orquestra seguiu todos os protocolos de segurança e foi possível observar a boa música”, afirma o maestro. “Justamente dentro dessa perspectiva de trazer a música brasileira para abrir uma série de uma série de ações em comemoração aos 200 anos de independência do Brasil”, comenta.
“O concerto foi excelente, com um ótimo público”, festeja André Cardoso, coordenador do Sinos. “Abrir as comemorações dos 200 anos da Independência em Brasília foi muito significativo, ainda mais com a participação da Orquestra do Teatro Nacional sob a regência do maestro Claudio Cohen, que apresentou um repertório da época, através do qual o público pôde conhecer alguns dos compositores e as obras que marcaram aquele importante periodo de nossa história”, afirma.
**O concerto**
O repertório do concerto abrangeu obras de compositores brasileiros e estrangeiros que, de alguma forma, têm relação com a Independência e com D. Pedro I ou são contemporâneos deles. O programa contou com criações dos brasileiros José Joaquim de Souza Negrão, da Bahia; José Maurício Nunes Garcia, do Rio de Janeiro; e João de Deus Castro Lobo, de Minas Gerais. Já as composições internacionais foram de Marcos Portugal, de Portugal; Gioachino Rossini, da Itália e César Franck, da Bélgica.
A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro – OSTNCS foi fundada em março de 1979, pelo maestro e compositor Claudio Santoro, e é considerada uma das principais instituições do gênero no Brasil. Em sua trajetória, realizou milhares de concertos, temporadas de ópera e balé, acompanhou importantes artistas brasileiros e estrangeiros e realizou gravações e turnês nacionais e internacionais. Gravou diversos discos com repertório de música brasileira, com destaque especial para os títulos Sinfonias dos 500 anos e Clássicos do Samba.
Dirigida atualmente pelo maestro titular e diretor artístico Claudio Cohen, a OSTNCS também tem, em sua linha de atuação, atividades como concertos sociais e educacionais; festivais de ópera; seminários internacionais de dança; a série Concertos nos Parques; entre outras, com presença em diversos segmentos da sociedade.
O tenor Saulo Laucas nasceu no Rio de Janeiro, em 4 de maio de 1984. Deficiente visual desde o nascimento, aos três anos de idade foi diagnosticado autista. Na infância, descobriu o talento para a música e, com apoio da família e de professores, começou a estudar piano. Depois, investiu no canto, aprimorando-se a cada dia. Hoje, bacharel em canto pela Escola de Música da UFRJ, segue carreira como tenor, com apresentações em diversas cidades brasileiras e participações na TV. Gravou seu primeiro CD Belle Canzoni Italiane em abril de 2020.
Repertório do concerto:
*A Estrella do Brasil* (1816), de José Joaquim de Souza Negrão (BA)
*Abertura em Ré*, de José Maurício Nunes Garcia (RJ, 1767-1830)
*II Ducadi Foix* (1805), de Marcos Portugal (Portugal/Brasil, 1762-1830)
*Abertura em Ré*, de João de Deus Castro Lobo (MG, 1794-1832)
*Sonata para cordas*, de Antônio Carlos Gomes (SP, 1836-1896)
*La Scala di Seta* (1812), de Gioachino Rossini (Itália, 1792-1868)
*Panis Angelicus*, de César Franck (Bélgica, 1822-1890), interpretada por Saulo Laucas
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*A platéia do concerto – Foto: Walda Marques*