Chorão de batina e oficleide

Irineu de Almeida, o Irineu BatinaJá está no ar, como parte da Oficina Casa do Choro, a oitava aula do módulo Personagens do Choro. Nela, Pedro Aragão nos fala sobre Irineu de Almeida (1861-1914, foto). Mais conhecido como Irineu Batina, por seu hábito de andar sempre vestido com uma longa sobrecasaca, ele era compositor e tocava oficleide*, trombone e bombardino. Suas composições e performances (algumas delas registradas em gravações) ajudaram a desenhar o choro e influenciaram as gerações seguintes – incluindo grandes nomes, como Pixinguinha.

Batina foi grande amigo do pai de Pixinguinha – e também o principal professor do então jovem flautista, sendo também o responsável por convidar músico para suas primeiras gravações, quando este tinha ainda 14 anos. Mais tarde, seria ele, também, quem levaria Pixinguinha a participar de grupos, apresentações e gravações.

Irineu era frequentador assíduo do “Cavaquinho de Ouro”, que reunia muitos dos primeiros grandes chorões, como Quincas Laranjeiras, Heitor Villa-Lobos e Luís de Souza, e foi também um dos primeiros integrantes da famosa Banda do Corpo de Bombeiros, regida por Anacleto de Medeiros – que já foi tema de uma das aulas desta série.

(*) O Oficleide é um instrumento de sopro criado no século XIX e que fazia no começo do século o papel que hoje cabe ao violão de 7 cordas no choro, com as linhas de baixo (graves).

Ouça aqui uma gravação, de 1904, com Irineu Batina e o Grupo do Malaquias.