Heitor VILLA-LOBOS

Nasceu no Rio de Janeiro em 5 de março de 1887. Iniciou sua formação musical com o pai, Raul Villa-Lobos, dedicando-se ao violoncelo e ao violão. O estudo do piano com uma tia o fez conhecer a obra de Johan Sebastian Bach, que se tornaria uma importante referência musical. Ingressou no curso noturno do Instituto Nacional de Música, onde estudou violoncelo com Max Breno Niederberger e harmonia com Frederico Nascimento. Ganhava a vida tocando violoncelo em orquestras, cafés e cinemas. Com o violão conheceu e travou contato com alguns dos mais importantes músicos populares do Rio de Janeiro, os “chorões”, como eram conhecidos. Sedimentou suas referências musicais nas primeiras décadas do século XX, portanto, com a música popular urbana do Rio de Janeiro, com o folclore musical brasileiro, com o impressionismo francês e a música de J. S. Bach.

As obras produzidas no período transitam entre a linguagem universal de sonoridade francesa de sua música de câmara (trios e peças para violino e violoncelo e piano) e a temática nacional expressa em obras sinfônicas de grande envergadura como *Uirapuru* e *Amazonas*. Um segundo momento se situa na década de 1920. É o período de suas obras mais arrojadas e vanguardistas como o *Nonetto* e a grande série dos *Choros*. O terceiro momento pode ser situado na década de 1930, quando Villa-Lobos abraça a causa da educação musical e desenvolve o projeto do Canto Orfeônico, juntando multidões em estádios de futebol com o apoio do governo de Getúlio Vargas. No mesmo período, escreve outra série importante, a das nove *Bachianas brasileiras*, onde concilia a música de Bach com as características da música brasileira.

Finalmente, em seu último momento, a partir de 1945, adota um perfil neoclássico e aborda com mais desenvoltura as formas tradicionais. É o período no qual escreve a maioria de seus concertos, sinfonias e quartetos de cordas, recebe encomendas vindas de todo o mundo e amplia sua inserção internacional, inclusive regendo suas composições à frente das grandes orquestras europeias e norte-americanas. Em seu catálogo constam mais de cinco centenas de títulos, incluindo música para instrumentos solo, com destaque para o violão e o piano, música de câmara para diferentes formações, canções, música coral (sacra e profana), concertos, obras orquestrais e para banda, óperas e balés. Faleceu no Rio de Janeiro, em 17 de novembro de 1959.