Alfredo da Rocha Vianna Filho nasceu em 1897, no bairro da Piedade, na cidade do Rio de Janeiro. O apelido Pixinguinha, que adotou como nome artístico, foi ganho na infância e deriva de Pizindim ou Pizinguim, que significa “menino bom”. Seu pai era funcionário dos Correios e músico amador, assim como boa parte de sua numerosa família. Foi com os irmãos Léo e Henrique que Pixinguinha iniciou-se ao cavaquinho,
tendo composto seu primeiro choro, *Lata de leite*, em 1908.
Com a mudança para o bairro do Catumbi, o enorme casarão onde a família passou a residir ficou conhecido como Pensão Vianna, frequentado por músicos como Irineu de Almeida, Sátiro Bilhar, Quincas Laranjeiras, Bonfiglio Oliveira e Sinhô, entre outros dos chamados “chorões” e sambistas, que muitas vezes lá se hospedavam. Foi com Irineu de Almeida que Pixinguinha prosseguiu nos estudos musicais, já com a flauta que ganhou do pai, e iniciou na carreira profissional por volta de 1911, tocando no conjunto Choro Carioca, no rancho carnavalesco Filha da Jardineira e fazendo suas primeiras gravações. Em 1912 formou o Trio Suburbano, com o pianista Pedro Sá e o violinista Francisco de Assis. Dois anos depois foi a vez do Grupo Caxangá, tendo como parceiros, dentre outros, os violonistas João Pernambuco e Donga. Em 1919, criou, no Cine Palais, o conjunto que o consagrou definitivamente, a Orquestra Típica Oito Batutas, cujo sucesso levou o grupo a excursões pelo Brasil, ao Palácio do Catete para apresentação ao presidente Epitácio Pessoa e à consagração internacional após temporada de seis meses na boate Schéhérazade, em Paris, em 1922.
Após retornar ao Brasil realizou e lançou a primeira gravação de sua obra mais famosa, *Carinhoso*, realizada em 1928 pela Orquestra Típica Pixinguinha-Donga. Já consagrado, ingressou em 1933 para aperfeiçoamento em matérias teóricas no Instituto Nacional de Música. Ao longo de sua carreira recebeu inúmeros prêmios e homenagens. Foi membro do primeiro Conselho Nacional de Cultura, criado em 1961, e um dos primeiros artistas a registrar depoimento para o Museu da Imagem e do Som, em 1966. Pela mesma instituição foi homenageado por seus 70 anos em concerto realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Faleceu em 1973 de ataque cardíaco em pleno domingo de carnaval, durante uma cerimônia de batismo realizada na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema. No carnaval do ano seguinte, foi homenageado
pela Escola de Samba Portela com o enredo *O mundo melhor de Pixinguinha*.