Ernesto Júlio de Nazareth, compositor e pianista, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 20 de março de 1863. Iniciou os estudos com sua mãe, a pianista Carolina Augusta Pereira da Cunha, seguindo sua formação com Eduardo Madeira e Lucien Lambert. Do período de estudos é sua primeira composição, a polca-lundu *Você bem sabe*. Já profissional, tornou-se o grande fixador do tango brasileiro, com *Brejeiro*. Em 1898, realizou seu primeiro concerto, no salão nobre da Intendência de Guerra. A partir de 1917, atuou como pianista na sala de espera do Cine Odeon, que consagrou através do tango *Odeon*. Na Casa Carlos Gomes, a partir de 1919, executava ao piano as partituras solicitadas pelos fregueses interessados em comprá-las.
Em 1922, a convite de Luciano Gallet, participou de um concerto com obras de sua autoria no recém inaugurado salão do Instituto Nacional de Música. Quatro anos depois, compareceu à conferência de Mário de Andrade sobre sua obra, na Sociedade de Cultura Artística de São Paulo, eventos que o consagram definitivamente como compositor. Tocou na inauguração da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, atual Rádio MEC. Em 1930, gravou para a Odeon disco com o tango *Escovado* e a polca *Apanhei-te, cavaquinho*. Em 1932, realizou uma extensa turnê de concertos pelo Rio Grande do Sul e Uruguai. Em Montevidéu, sofreu uma grave crise nervosa. Diagnosticado com sífilis, retornou ao Rio de Janeiro, onde foi internado no Hospício D. Pedro II, na Praia Vermelha. Transferido em 1933 para a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, fugiu no ano seguinte, morrendo por afogamento em represa próxima, em 4 de fevereiro de 1934.