Francisco Mignone nasceu em São Paulo, em 3 de setembro de 1897. Iniciou os estudos de flauta com seu pai, Alfério Mignone. No Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, diplomou-se em 1917 em flauta, piano e composição. Na juventude, produziu música popular e de salão, que assinava com o pseudônimo de Chico Bororó. Suas primeiras obras orquestrais foram estreadas em 1918, no Teatro Municipal de São Paulo, como o poema sinfônico *Caramuru* (1917) e a *Suíte campestre* (1918). Com bolsa concedida pelo Governo de São Paulo viajou para Milão, em 1920, onde estudou com Vincenzo Ferroni. Na Itália, escreveu as óperas *O contratador dos diamantes* e *L’Innocente*. Passou um período na Espanha, onde compôs a *Suíte asturiana* (1928).
Recebeu os primeiros prêmios nos concursos promovidos pela Sociedade de Concertos Sinfônicos de São Paulo, com *Cenas da roça* (1923), *Festa dionisíaca* (1923) e *No sertão* (1925). Retornou ao Brasil em 1929 e tornou-se professor do Conservatório Dramático e Musical, onde reencontrou Mário de Andrade, cuja pregação nacionalista foi importante para sua reorientação estética. Em 1933, radicou-se no Rio de Janeiro, assumindo o posto de professor de regência do Instituto Nacional de Música, atual Escola de Música da UFRJ. Entre 1937 e 1938 realizou concertos na Europa, regendo a Filarmônica de Berlim e a RAI de Roma. Foi diretor do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, presidente da Academia Brasileira de Música e primeiro titular da Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC. Ao longo de sua carreira recebeu diversos prêmios e honrarias como a Ordem do Rio Branco (1972) e o Prêmio Golfinho de Ouro do Governo do Estado do Rio de Janeiro (1979).
Sua obra é extensa e abrange os mais diversos gêneros. No terreno orquestral se destacam *Festa das igrejas* (1940), os bailados *Maracatu do Chico Rei* (1933), *Leilão* (1941), *Quincas Berro D’água* (1979) e *O caçador de esmeraldas* (1980), as quatro *Fantasias brasileiras* para piano, os *Concertinos* para fagote e para clarineta (1957), o *Concerto para piano* (1958), a *Sinfonia tropical* (1958), a *Suíte brasileira* (1960) e as óperas *O Chalaça* (1972) e *Sargento de milícias* (1980). Francisco Mignone faleceu no Rio de Janeiro, em 19 de fevereiro de 1986.