Antônio Francisco Braga nasceu no Rio de Janeiro, em 15 de abril de 1868, e faleceu na mesma cidade, em 14 de março de 1945. Sua formação musical começou em 1876, no Asilo dos Meninos Desvalidos, instituição que o abrigou após a morte prematura de seu pai. Ingressou posteriormente no Conservatório de Música, onde se formou em clarineta, em 1886. Conquistou o segundo lugar no concurso para a escolha de um novo Hino Nacional Brasileiro, e conseguiu uma bolsa para estudar na Europa; seguiu então para a França, onde ingressou na classe de composição de Jules Massenet (1842-1912), no Conservatório de Paris. A partir de 1894 viajou por diversas cidades na Suíça, na Itália e na Alemanha. Em 1900, retornou ao Rio de Janeiro e, em 1902, assumiu a cadeira de composição do Instituto Nacional de Música, iniciando uma ativa carreira como regente. A produção de Francisco Braga revela seu ecletismo, representado pela alternância entre as vertentes nacional e internacional, ambas apoiadas por sólida técnica composicional e por um refinado acabamento, atributos herdados de sua formação francesa.
A produção de Francisco Braga revela seu ecletismo, representado pela alternância entre as vertentes nacional e internacional, apoiadas por sólida técnica composicional e refinado acabamento, originários de sua formação francesa. Dentre as obras orquestrais se destacam *Paysage* (1892), *Cauchemar* (1895), *Marabá* (1898), o *Episódio Sinfônico* (1898) e o poema sinfônico *Insônia* (1909), composto para a inauguração do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. No terreno vocal, além do *Hino à Bandeira* (1905), as principais obras são a ópera *Jupyra* (1898), a música incidental para *O Contratador dos Diamantes* (1905), de Afonso Arinos de Melo Franco, o *Te Deum Alternado* (1904), as missas de *São Francisco Xavier* (1910) e *São Sebastião* (1911) e o *Stabat Mater* (1911). Na música de câmara sobressai o *Trio para violino, violoncelo e piano* (1930).
A *Fuga* para orquestra de cordas foi composta originalmente em Paris, em 7 de janeiro de 1895, como uma fuga vocal a quatro vozes, escrita em claves antigas, muito provavelmente elaborada como exercício no período em que Braga praticava seus estudos no Conservatório da capital francesa. Posteriormente o compositor adaptou a partitura para as cordas, alterando o conteúdo para as características de uma fuga instrumental, inclusive redistribuindo e desenvolvendo o material musical pelos naipes e criando uma parte de contrabaixo. Há registro de execução da obra no Teatro Lírico do Rio de Janeiro, em 25 de novembro de 1900, em concerto regido pelo próprio compositor. A tonalidade da versão original, Lá maior, foi transposta pelo compositor para Sib maior na versão para cordas. Na edição para o Repertório Sinos, preparada por Elias Vicentino como produto de seu mestrado profissional no Promus da UFRJ, optamos pela tonalidade original, de modo a melhor atender aos preceitos didáticos da Tabela de Parâmetros Técnicos.