A XXIV Bienal de Música Brasileira Contemporânea aconteceu entre os dias 13 e 21 de novembro – com uma apresentação extra no dia 24 – na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro. O evento é uma realização da Fundação Nacional de Artes – Funarte e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com o Sistema Nacional de Orquestras Sociais (Sinos). Você sabe como nasceu a Bienal? O cartaz ao lado, em reprodução, foi usado em sua edição de 1975.
![xEdino-Krieger.jpg.pagespeed.ic.b1GZ8PqrZn (2).jpg](https://admin.sinos.art.br/uploads/x_Edino_Krieger_jpg_pagespeed_ic_b1_GZ_8_Pqr_Zn_2_12fb13a5ee.jpg)
O projeto que originou a Bienal de Música Brasileira Contemporânea foi criado pelo compositor Edino Krieger (foto acima), em 1968. Teve por inspiração os famosos festivais da canção, direcionados para a música popular. Encampada pela Secretaria de Cultura do antigo Estado da Guanabara, a proposta abriu a temporada do Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 1969, sob o nome de Festival de Música da Guanabara (FMG). Com o formato de concurso, ele ganhou uma segunda edição, em 1970 e, em seguida, foi interrompido.
Em 1973, Myrian Dauelsberg assumiu a direção da Sala Cecília Meireles, também na Capital Fluminense. A pianista e empresária achou, em arquivos, um novo projeto de Krieger, que substituía o FMG pela Bienal. Sem caráter competitivo, esta seria uma mostra da produção dos compositores brasileiros contemporâneos. Autorizada por seu criador, Dauelsberg produziu a I Bienal de Música Brasileira Contemporânea (no cartaz da abertura), em 1975 (ano em que se instituiu a Fundação Nacional de Artes). O fim da gestão de Dauelsberg coincidiu com a presença de Edino Krieger à frente do Instituto Nacional de Música da Funarte – antigo nome do atual Centro da Música da casa. Isso permitiu que a entidade federal abraçasse o projeto, mantido por ela desde então.
Foram realizadas 23 edições da Bienal, desde seu lançamento, em 75, sem pausas. Entre 1975 e 2017 (ou seja, em 22 edições), as bienais proporcionaram a participação de 472 compositores, com a execução de 1.740 obras, sendo 1.002 delas em primeira audição – o que significa uma produção e lançamento de material inédito, que valoriza e amplia a importância do programa. Muitos dos compositores são jovens, o que representa uma importante renovação de nomes e ampliação da música de concerto produzida no Brasil – inclusive territorialmente.
De início, a produção se concentrava basicamente nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Hoje, mediante as sucessivas edições, houve avanços significativos na integração de centros de produção musical contemporânea, de quase todos os estados. Essas entidades atendem à formação de profissionais da música em alto nível – o que resulta na crescente participação de novos compositores, a cada Bienal. Autores hoje renomados tiveram o primeiro impulso em suas carreiras depois de contemplados num dos eventos. A história da Bienal é também marcada por alguns nomes emblemáticos e essenciais, referências na música brasileira atual.
Durante muitos anos, a Bienal de Música Brasileira Contemporânea da Funarte foi dirigida por um dedicado servidor da Funarte: o musicólogo e membro de Academia Brasileira de Música (ABM) Flávio Silva (1939 – 2019), então coordenador de música de concerto da Fundação.
[Confira mais detalhes sobre a Bienal aqui](https://sinos.art.br/noticias/79/Bienal-de-Musica-Brasileira-Contemporanea-comeca-dia-13-de-novembro)
E conheça a programação completa do evento no site da Funarte: [www.gov.br/funarte](www.gov.br/funarte )
Imagem de abertura: material gráfico da I Bienal de Música Brasileira Contemporânea, de 1975, em reprodução (Intenret).