Parceria entre a Funarte, a UFRJ e o Conservatório de Tatuí traz de volta aos palcos a primeira ópera brasileira com texto em português!
Na linha de ação voltada para a memória e preservação do Plano Nacional para o Desenvolvimento da Ópera, implementado pela Funarte em parceria com a Escola de Música da UFRJ, se destacam as iniciativas voltadas para a valorização do repertório histórico brasileiro, que inclui a revisão e a editoração de óperas cujas partituras ainda se encontram no formato de manuscrito. Dentre as partituras selecionadas está a da primeira ópera brasileira em língua portuguesa.
A Noite de São João (1860)
Libreto de José de Alencar (1829-1877)
Música de Elias Álvares Lobo (1834-1901)
Em 25 de março de 1857 seria fundada a Imperial Academia de Música e Ópera Nacional, a primeira iniciativa concreta no Brasil de estimular o desenvolvimento do gênero no país. De acordo com seu estatuto de fundação a Academia tinha por objetivos “preparar e aperfeiçoar artistas nacionais melodramáticos” e “dar concertos e representações em língua nacional, levando à cena opera líricas nacionais ou estrangeiras vertidas para o português”. Elias Álvares Lobo passou a integrar a Imperial Academia de Música e Ópera Nacional e para ela escreveu a ópera A Noite de São João, estreada no Rio de Janeiro em 14 de dezembro de 1860, com a ilustre presença do Imperador D. Pedro II. Vem a ser, portanto, a primeira ópera brasileira cantada em português e com temática nacional. A direção musical do espetáculo coube ao jovem compositor Antônio Carlos Gomes. O libreto é de autoria do escritor José de Alencar e conta a história de amor secreto entre Ignez e Carlos. O pai de Ignez, um tabelião, planeja mandar a filha para o convento. Carlos, desolado, decide entrar para o Exército. Na noite de São João, ela pede ajuda ao santo para resolver seu caso de amor. Surge, então, uma cigana promete mudar o destino dos jovens apaixonados.